O governo golpista de Michel Temer (PMDB) já começou com retrocessos, especialmente nos direitos de trabalhadores, mulheres, negros e juventude. Essa é a avaliação de dirigentes do Partido dos Trabalhadores, reunidos nesta segunda-feira (16) na sede nacional da legenda.
Para a secretária nacional das Mulheres do PT, Laisy Moriére, o governo “golpista, reacionário e conservador” de Temer coloca em risco os direitos conquistados por brasileiros e brasileiras.
Segundo Laisy, os setores mais atingidos serão “os pobres, as mulheres, os jovens e os negros”. Para as minorias, “a luta vai ficar muito mais dura”, porque suas pautas não fazem parte da agenda da elite brasileira que está no governo golpista.
“O retrocesso vai ser muito grande, principalmente na questão dos direitos. Não só para essa população mais atingida, mas para a sociedade brasileira inteira. O que está em jogo são os direitos conquistados a duras penas, com muita luta, com muito suor, pela população brasileira, pelos trabalhadores e trabalhadoras e isso sim está em jogo e nós podemos perder muito”, frisou.
A mesma opinião é compartilhada pelo secretário Agrário Nacional do PT, o deputado federal Elvino Bohn Gass (PT-RS). Na avaliação dele, a democracia foi golpeada e os direitos dos trabalhadores foram duramente atingidos.
“É um retrocesso quando se fala que não vai ter mais reajuste do salário mínimo a cima da inflação, quando se coloca freios para a previdência e a coloca dentro do Ministério da Fazenda, quando se extingue o Ministério dos Direitos Humanos, da Igualdade Racial, e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, quando se entrega as Relações Exteriores para o PSDB do Serra que quer acabar com a presença do Brasil na Petrobras e na exploração do pré-sal, que é coisa nossa”, destacou.
Bohn Gass chamou de retrocesso, também, o fechamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário, porque é uma volta atrás no conceito conquistado nos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidenta eleita Dilma Rousseff, que coloca o agricultor familiar como “agente do desenvolvimento econômico, social, político, cultural”.
Com o governo golpista de Temer, o agricultor familiar fica vinculado à assistência social, “como se ele fosse um coitadinho do campo”, reclama o deputado.
“É um retrocesso inaceitável, porque junto com isso, provavelmente desapareçam as políticas públicas do crédito, do seguro agrícola, da compra pública”, completou.
O prejuízo para os trabalhadores é destacado pelo secretário Sindical Nacional do PT, Indalécio Wanderley, que avalia as medidas do governo golpista como um crime contra os direitos conquistados;
“Não é só um retrocesso não, é um crime contra os direitos adquiridos por vários anos em vários governos, principalmente do PT. O problema não é apenas colocar a Previdência dentro da Fazenda, mas é cobrar das empresas aquilo que eles sonegam dos trabalhadores”, enfatizou.
“A primeira medida desse governo ilegítimo, capitaneado por um traidor, que não teve votos e chegou a Presidência da República, atinge diretamente a cultura brasileira”, declarou o secretário nacional de Cultura do PT, Edmilson Souza, sobre a extinção do Ministério da Cultura.
Para ele, o fim dessa pasta “traz uma triste realidade para produtores, artistas, às pessoas do mundo da cultura no Brasil e significa um retrocesso já que é o Ministério responsável por amplas políticas culturais no Brasil inteiro e é o Ministério que tem como função primordial reafirmar a nossa diversidade cultural”.
Souza garantiu que o setor da cultura no País está em luto, mas que também está em luta para retomar o Ministério da Cultura e para que ele “volte a ter o papel fundamental que teve durante os governos Lula e Dilma”.
Mônica Valente, da Secretaria de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores, afirma que “o governo interino, golpista e ilegítimo, que tomou o poder no dia 12 de maio, pretende entregar o Brasil e as riquezas nacionais”, além de acabar com a política externa “altiva e ativa de 13 anos de governo do presidente Lula e da presidenta Dilma”.
A secretária lembra que a primeira medida de José Serra como titular do Ministério das Relações Exteriores foi “a de desafiar ou de ser deseducado” com a Unasur e com países latino-americanos, que se pronunciaram sobre a ameaça à democracia no caso brasileiro, mostrando que “todo o ministério do governo golpista do Temer é um grande retrocesso para o povo brasileiro e para o Brasil, especialmente nesta área de relações internacionais”.
“Um grande retrocesso expresso na primeira ação do chanceler interino que desconhece que tanto na Unasur, quanto no Mercosul, quanto na OEA existem cláusulas democráticas em vigor”, destacou.
Para ela, o risco de retrocesso na política externa brasileira é latente e enfatizou o papel entreguista do tucano Serra.
“O senador, ora chanceler interino, é notoriamente conhecido como aquele que patrocina a mudança nas regras de exploração do pré-sal, que é um patrimônio do povo brasileiro, e que pela proposta dele flexibiliza para a exploração pelas grandes multinacionais do petróleo”, disse.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias