Com 43 km de extensão, o Pedral do Lourenço, no Pará, vai receber uma obra do Governo Federal para viabilizar o tráfego contínuo de embarcações e comboios no Rio Tocantins, no trecho entre Marabá (PA) e Vila do Conde (PA). A obra pretende aumentar a navegabilidade da hidrovia e facilitar o escoamento da produção agrícola, pecuária e mineral do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás e Mato Grosso, que tem o Porto de Vila do Conde e a região do baixo Amazonas como destino.
O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) concluiu, neste mês de fevereiro, a primeira fase da concorrência pública para o derrocamento do Pedral, que consiste em abrir um canal navegável de cerca de 140 metros de largura no trecho. O edital foi lançado pessoalmente pela presidenta Dilma Rousseff no dia 20 de março de 2014.
Segundo Ferreira, com a navegação o ano todo, a previsão é de “uma redução no custo de transporte na ordem de 27%, isso apenas para a região leste do Mato Grosso”.
“A nossa projeção para aquela hidrovia é que ela vai transportar produtos agrícolas, commodities agrícolas, como milho, soja, mas também vai transportar minério. Quando a obra estiver concluída, nós acreditamos que por aquela via vamos escoar entre 15 a 20 milhões de toneladas em produtos do Mato Grosso e do Pará”, acrescenta.
“A gente gostaria que fosse mais rápido, mas a gente sabe que agora tem a elaboração do projeto executivo, depois tem a parte de licenciamento ambiental. De fato as obras só vão acontecer daqui uns dois anos. Mas nós estamos esperando ansiosamente o início desse processo”, afirma o diretor executivo do Movimento Pró-logística.
A agricultura familiar da região também será beneficiada com a obra. É o que afirma o produtor de frutas na região de Marabá (PA), Jovailton Soares da Silva, 30 anos.
“Com certeza vai beneficiar também os pequenos produtores da região porque para quem mexe com horta, quanto mais a população local aumentar, mais corre dinheiro e melhora o mercado consumidor local e isso melhora a venda”, destaca Jovailton.
Ele acredita, ainda, que a melhora no escoamento da produção pode abrir mercados para a agricultura familiar. “Quem compra nossa mercadoria é daqui, mas quando tiver uma escoação melhor, não deixa de ter essa possibilidade também de escoar nossos produtos”, avalia o agricultor, que chega a produzir até 200 mil cabeças de abacaxi e 500 caixas de laranjas por ano, além de outras frutas, como pocan e limão.
O empreendimento representa mais um passo em direção à mudança na matriz de transportes brasileira. Um comboio de 150 metros de comprimento, com capacidade de 6 mil toneladas, equivale a 172 carretas de 35 toneladas de capacidade. Entretanto, atualmente, apenas 5% da carga no País é transportada por hidrovias. O transporte aquaviário é mais econômico e sustentável, pois reduz custos e diminui a emissão de poluentes, aumentando a competitividade da produção brasileiro no exterior.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias