O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e autor do pedido de impeachment do ex-presidente Fernando Collor, Marcelo Lavenère, classificou a Ordem como “golpista” e afirmou que a deposição da presidenta Dilma Rousseff seria um “estupro à Constituição”. Ele ainda disse esperar que a Câmara dos Deputados tenham “um lapso de lucidez” em relação ao caso.
Na avaliação do ex-presidente da OAB, a decisão da entidade será mais uma mancha na história da OAB. “Não é adequado, nem compatível com a história, com a biografia, com sua luta a favor dos direitos e da legalidade aprovar uma coisa evidentemente abusiva”.
“Disse ao presidente da Ordem que a OAB entrou no mesmo barco dos golpistas; ela não é golpista, mas está acompanhada e está tomando o mesmo barco deles. Tomando as mesmas atitudes, corre o risco de ser confundida como tal”, afirmou.
“Primeiro a OAB não pode fazer um pedido com base em delação premiada, ainda mais nas condições em que estão ocorrendo hoje: prende, ameaça a pessoa e diz que, se ela não falar, ficará 30 anos na cadeia. Fazer isso é a negação do instituto da delação. Outra: não vejo nenhum motivo para que o ex-presidente Lula não possa ser ministro. É um ato de escolha dela (Dilma). Espero que o STF modifique uma decisão de um ministro (Gilmar Mendes) que não tem o mínimo de equilíbrio para julgar. Ele deveria, por uma questão de ética, se colocar impedido de julgar”, criticou o advogado.
Em entrevista ao “Uol”, Lavenère criticou, ainda, a “convulsão” vivida pelo País hoje, as violações da Constituição por parte da Lava Jato, as conspirações do vice-presidente Michel Temer e classificou como “golpe” a tentativa de impeachment contra Dilma.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do portal “Uol”