Mais um jornal internacional denuncia o risco que a democracia brasileira enfrenta. Para o jornal francês “Libération“, uma revolta popular foi articulada por políticos corruptos para depor a presidenta eleita Dilma Rousseff, usando a recessão econômica.
Com título “A destituição de Dilma Rousseff, obstáculo para a investigação da Petrobras”, o texto explica: “Sabemos agora que as motivações para destituí-la não tinham nada de nobre”.
O correspondente do “Libération” no Brasil, Chantal Reyes, menciona também o vazamento da conversa entre o senador Romero Jucá, o “cacique do partido”, e Sérgio Machado, ex-diretor da Petrobras. O pior, segundo o jornal, é que o Supremo Tribunal Federal pensava que destituir a chefe de Estado reduziria a pressão popular sobre a Lava Jato. Cita ainda que o impeachment foi decidido por um “Legislativo suspeito”.
“Libération” questiona ainda: Há quanto tempo o procurador-geral da República tinha essas gravações nas mãos? Por que as conversas, gravadas em março, ou seja, antes do voto no Congresso que determinou a abertura do processo de impeachment, não foram divulgadas antes?
“A legitimidade do governo interino está mais comprometida do que nunca”, diz o texto.
Quando o áudio foi divulgado, outros veículos estrangeiros já haviam noticiado o fato e escreveram que o diálogo entre Jucá e Machado reforça a tese de que Dilma foi afastada para barrar as investigações da Lava Jato. Os jornais britânicos “The Guardian” e “Financial Times”, assim como o americano “New York Times”, o alemão “Deutsche Welle” e o argentino “Página 12″ afirmaram que essa é a primeira grande crise do governo Temer, e enfatizam os indícios de conspiração contra a presidenta eleita Dilma Rousseff como artífice para abafar mais facilmente denúncias de corrupção contra empresários e políticos.
Da Redação da Agência PT de Notícias