Sergio Moro nunca foi adepto da discrição para mostrar de que lado está. Quando atuava como juiz de primeira instância, escolhia a dedo os seus alvos sempre à revelia da lei e com evidências claras de direcionamento político. Como ministro da Justiça, nada mudou.
Embora os personagens sejam outros, sua atuação parcial agora atende aos anseios da família Bolsonaro, como – mais uma vez – ficou explícito ao divulgar em suas redes sociais a lista dos criminosos mais procurados do país.
Embora tente iludir os seus súditos de que os nomes foram definidos por critérios técnicos, o documento isenta o miliciano Adriano da Nóbrega, ex-capitão acusado de comandar a mais antiga milícia do Rio de Janeiro, suspeito de integrar um grupo de assassinos profissionais do estado e citado na investigação que apura a prática de “rachadinha” no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Foragido há mais de um ano, o ex-PM nunca foi um cidadão qualquer para o clã bolsonarista. Pelo contrário. Nóbrega, na visão da familícia, é digno de prêmio por seus atos “heroicos”: enquanto estava preso preventivamente por homicídio em 2005, foi defendido publicamente pelo então deputado Jair Bolsonaro e condecorado por Flávio Bolsonaro com a Medalha Tiradentes.
Caso Queiroz
De acordo com o Ministério Público, contas bancárias controladas por Nóbrega foram usadas para abastecer Fabrício Queiroz, ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro e suposto operador do esquema no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro.
Adriano teve duas parentes nomeadas no antigo gabinete do primogênito. Mensagens interceptadas com autorização judicial mostram ele discutindo a exoneração da mulher, Danielle da Nóbrega, do cargo.
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha de S. Paulo