Partido dos Trabalhadores

Para petistas, medidas do ajuste serão aprovadas antes do recesso 

Faltam cerca de 50 dias para recesso parlamentar, mas petistas garantem que Congresso Nacional aprovará as principais medidas que compõem o ajuste fiscal, como é o caso da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF)

Medidas que compõem o ajuste fiscal proposto pelo governo para reequilíbrio das contas públicas ainda aguardam votação no Congresso Nacional. Faltam 50 dias para o legislativo entrar em recesso e temas importantes, como o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), ainda não foram definidos pelo legislativo. 

“Temos que fazer um esforço para pressionar o presidente da Câmara para votar temas que irão ajudar a economia do país. Acho interessante a proposta da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) em relação a alíquota da nova CPMF”, afirma o deputado federal Odorico Monteiro (PT-CE). 

No caso da CPMF, o impacto esperado pelo governo com a arrecadação é de R$ 32 bilhões aos cofres públicos. Pela proposta da FNP, a nova CPMF seria de 0,38%, sendo 0,17% para a União, 0,12% para municípios, e 0,09% para os estados.

Na avaliação da FNP, os municípios podem arrecadar até R$19,2 bilhões para investir em saúde , caso seja aceita a proposta da entidade. 

“É bastante negativo não termos aprovado ainda a questão da CPMF. Precisamos avançar sobre diversos temas antes de encerrar os trabalhos no Congresso, e o ponto mais importante do ajuste em termos monetários é a aprovação da CPMF. Agora estamos contanto com o apoio de governadores e prefeitos. Acho que vamos conseguir aprovar ainda este ano”, declara o deputado federal Enio Verri (PT-PR).

Outra ação do pacote fiscal que visa aumentar a arrecadação é o fim do abono de permanência que poderá gerar economia de R$ 1,2 bilhão em 2016. 

O aumento de imposto de renda sobre venda de bens, referente a medida provisória (MP) 692 também depende de aprovação dos parlamentares. Pela proposta haverá aumento da alíquota do imposto de renda sobre o ganho de capital superior a R$ 1 milhão das pessoas físicas e das empresas do SIMPLES. Quem superar este valor será tributado em 20%, e se o ganho foi maior do que R$ 20 milhões o tributo irá subir para 30%. 

“A composição da Câmara representa a elite do país. Eles vão querer segurar a aprovação deste tema que é tão importante. A verdade é que eles não querem contribuir, mas vamos lutar para mudar esse quadro”, argumenta Verri. 

Verri ressalta que “a articulação do governo é essencial para dar direcionamento para aprovação dos temas” que aguardam votação no Congresso. O petista diz estar confiante na aprovação de medidas que compõem o ajuste fiscal e sinalizou que na próxima semana os parlamentares devem votar a repatriação de dinheiro que foi enviado ao exterior sem declaração. 

O governo estima arrecadar entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões com a repatriação de recursos.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou que a “prioridade zero” do partido deve ser a aprovação das medidas do ajuste fiscal. A declaração foi feita na última quinta-feira (29), durante reunião do Diretório Nacional do PT, em Brasília (DF). Para ele, não se pode “ficar mais de seis meses discutindo o ajuste”.

Entre outras medidas que precisam ir à plenário para votação dos parlamentares estão,a MP 683, que cria dois fundos que servirão para compensar os estados pelas futuras mudanças no ICMS.

Pelo texto da MP 683, serão criados o Fundo de Desenvolvimento Regional e Infraestrutura (FDRI) e o Fundo de Auxílio à Convergência das Alíquotas do Imposto sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (FAC-ICMS). 

A medida pretende facilitar o comércio interestadual e estimular o investimento produtivo e o desenvolvimento regional. 

Até dezembro os parlamentares terão que analisar ainda a questão do adiamento no reajuste dos servidores que representará para o governo um corte de R$ 7 bilhões aos cofres públicos, também tem a questão da suspensão de concursos públicos que deve garantir mais R$ 1,5 bilhão ao orçamento. 

“Vamos batalhar para aprovar várias questões até dezembro. A economia brasileira precisa melhorar. O esforço irá garantir um futuro econômico melhor para todos”, defende Verri. 

Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias