Para o senador Roberto Requião (MDB-PR), o “conluio” entre o juiz Sérgio Moro, desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e a Polícia Federal que, por meio de manobras jurídicas, impediram a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a ‘prova que o Brasil está num Estado de exceção‘. “Eles são ativistas políticos infiltrados nas instituições. Os juízes se suportam na hermenêutica livre. Eles interpretam a lei a labor de sua visão ideológica. Estou indignado com o comportamento das instituições e da Polícia Federal. Os juízes do TRF4 e o Moro andaram muito mal”, criticou.
Ele lembra, assim como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que apenas o Ministério Público (MP) poderia se insurgir no caso. “O Sérgio Moro estava de férias em Portugal, não foi contra ele que o habeas corpus foi expedido. O Gebran Neto (relator da Lava Jato no TRF4) não tinha nada a ver com o caso, porque os recursos não são horizontais, são verticais. Só quem poderia interferir era o MP”, explica o senador.
Requião acrescenta que, contra Lula, os operadores do Direito agem como inquisidores. “A impressão que tenho é que os nossos juízes são como Girolamo Savonarola. Eles são acusadores, fazem a sentença e mandam queimar na fogueira. É preciso lembrar que o Savonarola queimou muita gente na Inquisição, mas depois foi queimado na frente do Palazzo Vecchio, onde ele mesmo determinava as punições”, conclui.