Ao programa francês “L’effet papillon”, a presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) reforçou que foi vítima de golpe parlamentar e da direita brasileira. A petista concedeu uma longa entrevista, em que reafirmou a inexistência de provas para o seu afastamento.
“Como eu não tenho nenhuma acusação de corrupção, como não há provas de que eu tenha cometido qualquer outro tipo de crime, eles construíram as chamadas pedaladas fiscais, que foram sistematicamente práticas que o Brasil sancionava pelo próprio Tribunal de Contas da União, e foram revistas, numa clara manipulação, fraude, configurando um golpe parlamentar”, afirmou a ex-presidente.
O programa expôs a crise que atinge o governo de Michel Temer (PMDB). “O Brasil está em uma crise de regime”, diz a apresentadora, completando que “as acusações de corrupção afetam até o presidente, que pode ser ele mesmo destituído”.
Também destacou o passado militante de Dilma, que lutou contra a ditadura e foi presa e torturada pelos militares. A ex-presidente falou de sua experiência e descreveu a tortura no pau-de-arara, ao qual foi submetida, e dos choques elétricos.
Dilma também afirmou que o crescimento de grupos de extrema-direita está ligado à descrença na política. “Quando uma sociedade acredita que tudo que é ligado à política é sujo, está criado o meio para pessoas que destilam ódio, exercem violência contra adversários políticos”, diz ela.
Confira abaixo a íntegra do programa, em francês:
Da Redação da Agência PT de Notícias