Desde 2006, a catarinense Josiane Lima representa a seleção Brasileira de remo paralímpico. Formada em Educação Física, ela iniciou carreira no Paradesporto após sofrer uma lesão na perna esquerda, em razão de um acidente.
“Comecei a praticar o remo como atividade de lazer para me recuperar fisicamente. Como sou filha de pescador, aqui em Florianópolis, já tenho uma vivência bem próxima ao mar e a embarcações. E como eu já tinha sido atleta acabei despontando no remo”, conta a esportista.
Primeira e única mulher medalhista de remo paralímpico da história do país, Josiane Lima compete na categoria barco duplo, formada por uma dupla de homem e mulher. Anualmente, os competidores da categoria disputam entre si a vaga para representar o Brasil. Josiane se mantém como titular absoluta desde 2006, vencendo todas as competições nacionais.
Ela coleciona outras conquistas além primeira medalha do Brasil no remo, nos Jogos Paralímpicos de Pequim 2008, quando levou para casa o Bronze. Em 2009, consagrou-se como melhor atleta paralímpica feminina do Brasil, no mesmo ano ganhou Prata no mundial da Polônia. Atleta também é penta campeã mundial de remo indoor (2011, 2013, 2014, 2015 e 2017).
Josiane ressalta que o sucesso no esporte só foi possível graças às políticas de incentivo implementadas pelos governos petistas.
“O esporte representa tudo na minha vida. Desde a escola eu já tinha talento. Não tinha, na verdade, era oportunidade. Eu consegui me dedicar ao esporte graças às políticas públicas de incentivo ao esporte, como o bolsa atleta. Instituído em 2005, logo no primeiro mandato do presidente Lula, um grande transformador no esporte e em todas as esferas. Graças ao bolsa atleta nós massificamos o esporte, tornamos esporte mais democrático. O que, na minha opinião, foi um fator preponderante que trouxe [para o Brasil] os Jogos Olímpicos e paralímpicos Rio 2016”.
Filiação ao PT
Josiane explica que se filiou ao Partido dos Trabalhadores porque acredita na importância das políticas de fomento à educação, cultura e esportes adotadas pelo partido.
“Eu me filiei ao partido porque me identifico com o discurso de defesa da democracia, defesa dos direitos humanos. É um partido que defende as mulheres, o povo negro, o povo LGBTQIA+. Eu pertenço à comunidade LGBT, sou casada com a Mariana, há doze anos”, relata a atleta.
Ela se declara uma petista convicta e desde a filiação segue na militância, de maneira ponderada, para ser ouvida pelas pessoas que se veem representadas nela.
Expectativas para os Jogos de Paris 2024
Em meio a competições nacionais internacionais, Josiane Lima treina para participar pela quinta vez dos Jogos Paralímpicos, fato inédito da história do remo brasileiro. A atleta espera que haja igualdade de gênero nas competições, o mesmo número de provas para homens e mulheres terem as mesmas oportunidades de chegarem ao pódio. A expectativa dela é que os Jogos de Paris sirva de exemplo para todos os países, principalmente o Brasil.
“Simboliza muito para mim porque Paris é o berço da Declaração dos Direitos Humanos. Também por ser o país de Joana D’Arc, padroeira da França, isso me deixa muito orgulhosa. É um país extremamente democrático, que defende os direitos humanos. Então, vou ficar muito feliz e realizada de estar nesses Jogos. Principalmente, quando o Brasil recuperar o caminho da democracia e dos bons sentimentos”.
Dandara Maria Barbosa, Agência Todas