Integrantes das bancadas do PT no Senado e na Câmara dos Deputados visitaram, na manhã desta quarta-feira (14), a Vigília Lula Livre para prestar solidariedade ao ex-presidente, que tem depoimento marcado na Justiça Federal.
“Hoje temos mais um capítulo de como opera o Estado de exceção. Não havia a menor necessidade de o presidente se deslocar para depor. Ele poderia depor por tele-conferência, mas temos a espetaculização do processo judicial, em que o réu tem que ser exibido, escrachado, desmoralizado, quebrado ao meio. Só que o presidente ninguém quebra no meio”, disse o deputado federal Wadih Damous. Também integram a comitiva o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, e os deputados federais Paulo Pimenta, Enio Verri e Milne Freitas.
Para Damous, o processo do sítio de Atibaia revela como tem atuado parte do Judiciário. “Esse processo mostra como age o populismo penal-midiático: há uma denúncia farsesca, mas o juiz não consegue adequar os fatos às denúncias e vai por um atalho para incriminar de qualquer maneira. Assim foi feito com o triplex e ao que parece assim vai ser feito por essa juíza que assume o lugar de Moro”.
“Ele deu entrevista como ministro da Justiça na Vara Federal. Ele é ao mesmo tempo juiz e ministro da Justiça. Isso é absurdo pois não respeita a separação de Poderes”, afirmou.
Paulo Pimenta reforçou as críticas a Moro. O líder do PT na Câmara acusa o juiz de fazer uma “gambiarra jurídica” quando sai do Judiciário para fazer política e indica sua substituta para garantir controle sobre o processo. “Estamos aqui para reafirmar nossa solidariedade e nosso apoio ao presidente Lula. E nosso compromisso de permanecermos mobilizados dentro e fora do Brasil pela campanha Lula Livre”, disse.
Para Pimenta, o depoimento de Lula hoje é mais um ataque ao Estado de Direito. “Não há depoimento, fato nem elemento no processo que crie vínculo entre a investigação de irregularidades na Petrobras, que é objeto da Lava Jato, e a denúncia sobre o sitio de Atibaia”, lembrou. Se fosse para investigar, deveria ser na comarca onde está o sitio, não em Curitiba, disse.
Moro faz política enquanto se mantém atuando no Judiciário, acusa Pimenta. “Não existe na legislação brasileira a figura do juiz que está de férias e faz política. Juiz não pode fazer política. Essa figura do juiz de férias fazendo política nunca existiu, porque é ilegal”, disse, referindo-se à atuação de Moro para impedir a libertação de Lula determinada por desembargador do TRF4.
Lindbergh Farias afirmou que o processo sobre o sitio de Atibaia está desmoralizado, por causa da atuação política de Moro. “Um princípio básico da democracia é a separação de Poderes. Moro não respeita isso. Como querem condenar se não conseguem apresentar provas?”, questionou. “Vamos resistir nas ruas e vamos lutar pela liberdade de Lula aqui e no Exterior, onde os comitês Lula Livre não param de crescer”, completou.
Por Luis Lomba, da Agência PT de Notícias, direto de Curitiba