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Parlamentares petistas criticaram as declarações do governador tucano Geraldo Alckmin que disse em entrevista à “Folha de S. Paulo” nesta quarta-feira (7) que é “totalmente favorável” às privatizações, incluindo a Petrobras. “Inúmeras áreas que não são o ‘core’, o centro objetivo da empresa, tudo isso pode ser privatizado (…) Se tivermos um bom marco regulatório, até pode, no futuro, privatizar tudo”, declarou o tucano, seguindo à risca a agenda neoliberal golpista.
Para o deputado estadual Alencar Santana (PT-SP), a declaração do governador é uma tentativa frustrada de passar a imagem de bom gestor público. “Tentando agradar aos magnatas, seus amigos, Alckmin, estagnado nas pesquisas eleitorais, diz que se eleito venderá tudo, em especial a Petrobras. Ele se esquece do povo e tenta vender a imagem de bom administrador, coisa que não é. Mas será candidato ao que, gestor público ou vendedor?”, afirmou.
Opinião semelhante tem o deputado estadual João Paulo Rillo (PT-SP). “Privatizar tudo é a essência de Alckmin. Ele confunde o Estado – que é do povo – com a dignidade dele, que foi vendida, faz tempo, para os piores interesses privados. Por isso ele só fala essas coisas em eventos fechados. Na rua, esse discurso de dilapidar o patrimônio público não decola”, declarou o parlamentar.
Em artigo recente, Rillo já havia denunciado como Alckmin esconde os fatos para passar a imagem de ser austero com o dinheiro público. “Só existe economia quando as obrigações estão cumpridas. Isso está muito longe de ser o caso do estado de São Paulo”, completou.
O deputado Carlos Neder (PT-SP) diz não se surpreender com a declaração do governador, já que privatizar tem sido a tônica dos governos do PSDB. “Esse é o mesmo governo que acabou com a Fundação de Desenvolvimento Administrativo (Fundap) e que aprovou na Assembleia Legislativa um cheque em branco para alienar, vender, patrimônio dos institutos públicos de pesquisa, o mesmo governo que pretende privatizar os parques públicos estaduais”, lembrou o deputado.
Para o parlamentar, o plano do governador é justamente o desmonte completo do Estado. “O governo traz os grandes grupos econômicos para operarem dentro do aparelho do Estado, para atuarem de acordo com os seus próprios interesses mercantis em detrimento do interesse público”, finalizou.
Governo tucano é investigado por privatizações
O problema é que, mesmo insistindo em dizer que a iniciativa privada garante a integridade do dinheiro público, a própria gestão de Alckmin trata de provar o contrário. Em 2013, por exemplo, diversos escândalos vieram a público quando a alemã Siemens denunciou a existência de um cartel de empresas que teriam superfaturado contratos das linhas de trens e metrô. Muitas das obras citadas ocorreram entre 2000 e 2007.
Além disso, as propostas entreguistas do tucano contrariam o próprio eleitorado do PSDB. Segundo levantamento feito pelo “Instituto Datafolha”, divulgado em 26 de dezembro do ano passado, 55% dos eleitores do PSDB são contra a privatização de empresas estatais.
O número é ainda maior quando se leva em conta simpatizantes de outras legendas. Questionados especificamente sobre eventual privatização da Petrobras, 70% se declararam contrários.
Da Redação da Agência PT de Notícias