O Parlamento Europeu aprovou uma resolução não vinculante nesta quinta-feira(19) em que condena os atos terroristas “nos termos mais veementes as ações criminosas perpetradas por partidários do ex-presidente Bolsonaro” e se solidariza com o presidente Lula e as instituições brasileiras atingidas. O documento pede, explicitamente, que o “resultado democrático das eleições” de outubro sejam aceitos.
Foram 319 votos favoráveis à resolução apresentada por eurodeputados dos grupos A Esquerda, Verts/ALE, Renew, ECR e S&D que compões o Parlamento. Apenas 46 membros do Parlamento votaram contra e também foram registradas 71 abstenções durante a votação.
O documento aprovado manifesta ainda apoio a uma “investigação rápida, imparcial, adequada e eficaz para identificar, processar e responsabilizar todos os envolvidos na violência de 8 de janeiro”. Segundo a resolução, a investigação deve incluir “instigadores, organizadores e financiadores, bem como instituições estatais que falharam em prevenir esses ataques”.
O texto avalia que os ataques violentos contra os três Poderes em Brasília fazem parte de um fenômeno global organizado por movimentos de extrema direita. Ainda segundo a resolução aprovada, Trump e Jair Bolsonaro teriam desempenhado um papel fundamental nos eventos de invasão do Capitólio e das sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário no Brasil, respectivamente.
Os eurodeputados reconhecem também uma conexão entre os eventos violentos em Brasília e Washington com um crescente “fascismo transnacional” e com racismo e extremismo. O texto também traça um paralelo com os eventos em Brasília e um plano de tomada violenta do Bundestag (Parlamento da Alemanha) que foi desbaratado pela polícia em dezembro de 2022 também faria parte desse contexto.
A resolução do Parlamento Europeu cita ainda as plataformas de mídia social que permitem a divulgação e disseminação de campanhas antidemocráticas por parte de fascistas e extremistas que promovem discursos de ódio e desinformação nas redes sociais. “As plataformas de mídia social continuam falhando em moderar ou restringir a difusão de campanhas antidemocráticas, fascismo transnacional e extremismo, especialmente por meio de algoritmos que promovem conteúdo odioso e desinformação, bem como sua relutância em remover conteúdo ilegal”, diz um trecho do documento.