Fundado em 1994, o Partido Social Liberal (PSL) atingiu seu auge no cenário político nacional nas últimas eleições carregado pelo discurso de “combater a corrupção” e emplacar um “novo jeito de fazer política”. As promessas, no entanto, foram logo dissipadas diante dos escândalos que envolvem seu maior representante, Jair Bolsonaro, e que agora recaem também sobre os parlamentares da legenda.
Em suma, o PSL tornou-se uma das mais árduas fake news criadas para ludibriar o desacreditado eleitor brasileiro. Desta vez, quem se encarregou de aumentar ainda mais a desconfiança sobre o partido foi o deputado federal Felipe Francischini (PSL-PR), que ironicamente preside a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, ao ter seus bens bloqueados por suspeita de gastos irregulares com alimentação com verba da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
O bloqueio no valor de até R$ 103,2 mil foi decretado pela juíza Bruna Greggio, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, na sexta-feira (12), mas o processo só veio a público na terça (16). O caso ocorreu quando Francischini era deputado estadual no Paraná. Embora diga que o ressarcimento da verba de alimentação esteja previsto em lei, o parlamentar já foi desmentido e, conforme a decisão que determinou o bloqueio, existem “fortes indícios do desvio de finalidade na utilização do dinheiro público”.
Francischini, de 27 anos, é mais um que surfou na onda bolsonarista que fez do atual Congresso um dos mais retrógrados e conservadores desde a abertura democrática. Um perfil divulgado por um jornal do Paraná, o deputado é descrito como um dos veem na política tradicional a mãe de todos os males: jovem; filiado ao PSL e estridente nas redes sociais, onde se apresenta um antipetista fervoroso e defensor da cesta de pautas que compõem o ideário “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Pelo visto, o que diz e o que faz são duas coisas bem diferentes.
Selma e as férias de Joice
“Me chamo Selma Rosane Santos Arruda, tenho 56 anos, dediquei grande parte da minha vida como juíza (…) Tenho mais de 20 anos no serviço público e uma história de vida limpa (…) Eu estou no Senado Federal para fazer a diferença! Vamos juntos nessa caminhada por um Brasil melhor”. Estes são trechos da biografia disponibilizada pela juíza Selma Arruda em sua página oficial na internet e prontamente desmentida após dois meses de atuação da magistrada como senadora.
Cassada no último dia 10 de abril pelo Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso por omitir da Justiça Eleitoral despesas de R$ 1,2 milhão na campanha de 2018, configurando caixa dois e abuso de poder econômico. O desembargador responsável pelo caso já determinou nova eleição para o cargo. A ex-parlamentar ainda não explicou o crime cometido por ela. Mesmo assim, preferiu usar sua conta oficial no Facebook para fazer ironias quanto à decisão da Justiça. Ela está inelegível.
Quem também foi desmascarada recentemente foi a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), que usou R$ 1.264,27 da verba indenizatória de gabinete para comprar passagem aérea no retorno do feriado do Carnaval, em 6 de março, de Ilhéus para Brasília. O uso da cota é permitido apenas para gastos “exclusivamente vinculados à atividade parlamentar“. Joice disse ter ido à Bahia duas vezes em 2019, mas não se lembra o que foi fazer. Pelas fotos que postou no Instagram, o povo brasileiro já sabe: ela foi curtir uma praia com o dinheiro do contribuinte.
Da Redação da Agência PT de Notícias