Movimentos sociais e partidos políticos de esquerda lançaram, neste sábado (5), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, a Frente Brasil Popular. A proposta é fortalecer a mobilização em torno do projeto político de garantias sociais e trabalhistas, a defesa da democracia e contra tentativas de golpe contra o governo democraticamente eleito.
Participaram da mesa de abertura a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral e o presidente do Movimento dos Sem Terra (MST), João Pedro Stedile. Eles destacaram a importância da ampla participação popular para enfrentar o atual momento político, classificado como “singular” por Carina.
“Mais do que nunca o Brasil precisa da garra e da força dos movimentos sociais para continuar mudando a vida das pessoas”, defendeu Carina.
A estudante criticou as “tentativas claras” de derrubar o atual governo, que representa “o projeto político que mudou a vida das pessoas nos últimos anos”.
A ofensiva antidemocrática não alcança só a presidenta Dilma Rousseff, mas todos os que lutam por direitos sociais, advertiu.
“Quando a direita vai às ruas e levanta cartazes afirmando que todos deveriam ter sido mortos em 64, eles atacam não só a presidenta, mas a todos os nossos heróis da ditadura militar, inclusive os que morreram”, afirmou.
As plenárias temáticas que ocorrerão durante todo o sábado resultarão em uma série de medidas defendidas pelos movimentos sociais para evitar retrocessos em direitos já conquistados e lutar por mais avanços em áreas como a reforma agrária.
O presidente do MST sugeriu a criação de um calendário de lutas permanente, baseado em propostas políticas de esquerda.
“O espaço dos movimentos sociais são as ruas, as greves, as ocupações e a pressão aos órgãos públicos”, declarou. “Aqui o único protagonista é o povo brasileiro”, destacou.
Os integrantes da Frente divulgaram o Manifesto ao Povo Brasileiro. No documento, estão listadas outras pautas da Frente, como a defesa da Petrobras no regime de partilha do pré-sal, a reforma política por meio de uma constituinte, o fim do genocídio da população negra e o repúdio à redução da maioridade penal.
