O ator Paulo Betti, em entrevista à Revista Fórum publicada nesta segunda-feira (20), saiu novamente em defesa da presidenta Dilma e da democracia do Brasil. Para ele, as pessoas estão ‘piradas’ quando falam de impeachment.
“Acho que as pessoas estão meio piradas quando ficam falando de impeachment. Acho um açodamento, uma falta de elegância, de não deixar as pessoas trabalharem, sabe? Está faltando amor, compaixão, entendimento”, avaliou.
Betti comparou o julgamento da AP 470 com as denúncias do mensalão tucano e cobrou imparcialidade nas investigações que tratam do PSDB.
“Quando vejo o escândalo em cima do julgamento da AP 470, o escândalo midiático, quase uma novela, acho ok. Mas, ao mesmo tempo, me fica uma questão: por que não julgaram antes o mensalão do PSDB?”, questionou.
Para o ator, as tentativas de golpe contra a presidenta Dilma Rousseff são feitas para que a oposição assuma o poder e conduza o País de forma diferente da que acontece hoje.
“Se você pensar assim, que o Aécio Neves tem um projeto para o Brasil – e que, abnegadamente e como grande homem brasileiro, que vem de uma estirpe que tem no avô uma figura importantíssima dentro da política brasileira –, julga que tem um projeto e sabe fazer melhor e executará melhor, de uma maneira mais ética, mais limpa do que esses que estão aí”, disse.
“Mas, quando você abre o currículo, você vê que [ele] também não está com essa bola toda [risos]. Meu interesse na política é, com as observações que faço da vida, tentar me expressar a favor daqueles que estão mais próximos do povo de onde eu vim, da minha origem”, completou Betti.
Sobre o encontro com Dilma, na última semana, o ator contou que a presidenta é ‘acostumada’ à luta e estava com um astral bom.
“Acredito, nesse momento, que a presidente Dilma recebe um massacre que acho injusto e precipitado, que não me interessa. Então, acho simpático visitá-la, mostrar solidariedade a ela nesse momento”, falou Betti.
“O fato é que ela está acostumada à luta. Não senti nem um pingo de abatimento. Ela está na luta, contando piada. É muito difícil você exercer essa função de escolher os caminhos e acho que essa crise está sendo acirrada de uma forma agourenta, parece que é uma torcida para que dê tudo errado”, disse.
Além disso, Paulo Betti assumiu o discurso da colega Marieta Severo e também reforçou a importância da inclusão social.
“Essa questão social, para mim, é muito importante. Então, essa pequena guinada que o Brasil deu com o Bolsa Família é pouco, pelo que eu queria que tivesse rendido – cobro também, não acho que esse time jogou tão bem assim; pisou na bola muitas vezes, não percebeu minimamente os apoios que teve e quais eram os mais importantes”, afirmou.
O ator também cobrou que o Partido dos Trabalhadores se aproxime mais de partidos ‘pequenos’, como o PSol. Ele afirmou que, na política, se alinha com aqueles que mais o representam.
“Eu queria que ele [o PT] se aproximasse dos pequenos partidos, os mais interessantes, como o PSOL. Esse lado me interessa mais”, defendeu.
Betti também relembrou que os diferentes discursos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva, no início dos mandatos. Para ele,
“Existem projetos, é óbvio que nós sabemos, mas são diferentes. Eu me lembro que, quando o Fernando Henrique tomou posse pela primeira vez, ele deu uma entrevista na Folha, onde dizia que tinha uma parte do povo para qual ele ia governar, mas tinham lá 12 milhões de excluídos que não ia dar para serem incluídos. Se você sai logo para governar e achar que tem excluídos que você não vai conseguir incluir, você já está confessando que vai perder, já está fracassando”, contou o ator.
“Então, nesse aspecto, por mais que o Lula possa ter errado muitas vezes, já propunha outra coisa, propunha resgatar essa gente. Só por isso já estou desse lado. Política é você escolher aquele que você acha que mais te representa. E não escolher o santo que te representa porque sabemos que o ser humano é falho, ele erra, ele precisa ser corrigido o tempo todo”, continuou Betti.
Leia a entrevista, na íntegra.
Da Redação da Agência PT de Notícias