O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) elencou uma série de perguntas que estão sem respostas sobre o maior caso de sonegação do país, a Operação Zelotes, em que bancos, empresas do setor automotivo e multinacionais desviaram R$ 19 bilhões dos cofres públicos. Nesta quinta-feira (5), o parlamentar questionou por que, até agora, as denúncias contra essas grandes empresas, apontadas na investigação do Ministério Público Federal e Polícia Federal, ainda não foram apresentadas ao Poder Judiciário.
“Onde estão as denúncias prometidas pelo Ministério Público para julho? Já estamos em novembro e, até agora, nada”, cobrou o deputado petista.
“Não vejo nenhuma voz da oposição se levantando para cobrar que as denúncias contra os corruptores e sonegadores sejam apresentadas”, disparou Pimenta.
O parlamentar lembrou que o Ministro do TCU, Augusto Nardes, investigado pelo STF por ter recebido propina na Zelotes, assim como os bancos Bradesco, Santander, Safra e grupos como a Mitsubishi, nunca foram alvos de mandados de busca e apreensões.
De acordo com Pimenta, a Operação Zelotes pode ser comparada ao “caso Banestado”, por envolver grandes forças econômicas do país e pela atuação da mídia, que age para impedir que a sociedade saiba quem são os maiores sonegadores do Brasil. “Por que o sigilo decretado na Zelotes não é questionado pela imprensa do nosso país, como ela mesma exige das outras investigações?”, perguntou.
O deputado condenou a operação midiática montada contra o filho do ex-presidente Lula e questionou por que, então, os mesmos procedimentos não foram adotados contra os executivos dos principais grupos econômicos investigados na Zelotes. “O que explica eles não terem sido chamados para depor? Aí querem nos convencer que a Zelotes deve ser transformada numa investigação contra o filho do ex-presidente Lula. É evidente a manipulação”, protestou o parlamentar.
A Operação Zelotes foi desencadeada em março de 2015 por uma força-tarefa da Polícia Federal e do Ministério Público Federa e investiga manipulação de resultados no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, que julga litígios tributários entre o Fisco e os contribuintes. Grandes empresas, escritórios de advocacia, empresas de consultoria e conselheiros do Carf são apontadas por sonegação fiscal, corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da assessoria parlamentar