Os professores não foram poupados e também serão prejudicados pela “reforma” da Previdência, assim como as demais categorias. O alerta é do presidente da Federação dos Professores do Estado de São Paulo (Fepesp), Celso Napolitano, ao analisar o relatório da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6, que será votado no plenário da Câmara dos Deputados.
A situação dos professores, segundo Celso, é quase igual à de todos trabalhadores do país: uma indefinição do que será aprovado em plenário. Hoje, não há idade mínima para professores da rede privada se aposentarem, mas apenas a exigência de 25 anos, se mulher, e 30 anos, se homem, de tempo de contribuição. Já na rede pública de ensino, a regra é diferente: há uma idade mínima: 50 anos (mulher) e 55 anos (homem).
“Embora as professoras tenham tido uma diminuição em relação à idade mínima (em comparação às demais categorias), todos terão que trabalhar mais para poder conseguir uma aposentadoria. Essa reforma proposta pelo governo é um duro golpe aos trabalhadores, que pagarão esse ajuste fiscal”, critica, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
Além da diferença da idade mínima, outra questão é que a aposentadoria dos trabalhadores da rede privada não será desconstitucionalizada, o que acontecerá com o restante dos trabalhadores do país. “Se você constitucionaliza as regras da aposentadoria, a modificação será mais fácil de ser feita, porque será por lei simples, ou seja, sem o debate que está sendo feito agora”, lamentou.
Apesar do cenário negativo, ele ainda acredita que há possibilidade de reverter o jogo. “O Maia está costurando e acha que aprovará ainda no primeiro turno. Dia 12 terá o ato e vamos fazer de tudo para votar depois do recesso, para que os deputados, ao voltarem à base, tomem o choque de realidade da população”, finalizou.