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Pela paz: papa Francisco se junta a Lula e pede fim do genocídio em Gaza

“Chega, por favor! Vamos todos dizer basta, por favor. Parem!”, declarou o papa da janela do Palácio Apostólico no Vaticano, diante de fiéis que estavam na praça de São Pedro

Adreas Solaro

O papa lamenta o massacre em Gaza: "As destruições causam dor, com consequências terríveis para os pequenos e os indefesos"

O Papa Francisco se juntou ao presidente Lula no clamor pelo fim do genocídio israelense em Gaza e fez um apelo dramático pela paz neste domingo, 3.

“Chega, por favor! Vamos todos dizer basta, por favor. Parem!”, declarou o papa da janela do Palácio Apostólico no Vaticano, diante de fiéis que estavam na praça de São Pedro.

“Todos os dias carrego em meu coração, com dor, o sofrimento das populações na Palestina e em Israel devido às hostilidades em curso, milhares de mortos, feridos, deslocados”, disse o papa pausadamente, ao encorajar a continuação das negociações para um cessar-fogo imediato em Gaza.

“As destruições causam dor, com consequências terríveis para os pequenos e os indefesos, que vêm comprometido o seu futuro. Pergunto-me: realmente se pensa em construir um mundo melhor dessa forma? Realmente se pensa em alcançar a paz?”, questionou o papa que pediu ainda a garantia de acesso seguro da ajuda humanitária à faixa de Gaza e a libertação dos reféns.

Ele apelou à comunidade internacional que compreenda que o desarmamento é um dever moral. “E isso exige a coragem, por parte de todos os membros da grande família das nações, de passar do equilíbrio do medo ao equilíbrio da confiança”, alertou, ao questionar o desperdício com recursos militares.

Vozes do papa e de Lula ecoam pela paz

O presidente Lula fez declarações contundentes em sua viagem à Etiópia em fevereiro ao condenar o genocídio em Gaza. Após a fala do presidente, todos os líderes de países da União Europeia, exceto a Hungria, fizeram apelos para o fim dos ataques em Gaza, num raro consenso no grupo. O papa já vinha fazendo apelos desde o início dos ataques em outubro, e agora fez declarações ainda mais veementes, reforçando as falas do presidente Lula.

A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) repostou em seu perfil no X a publicação do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Paulo Pimenta, junto com o vídeo da fala do pontífice.

“O papa Francisco e o presidente Lula ecoam juntos o apelo pela paz diante do conflito de Israel. “Vamos todos dizer: chega, por favor”, escreveu Pimenta.

Em outra postagem, Pimenta comentou que a crueldade dos conflitos em Gaza não pode ser escondida diante do sofrimento de crianças, famílias dilaceradas “e a desigualdade global persiste. É hora de uma mudança política para construir um mundo mais justo e pacífico”, escreveu, junto com trecho da entrevista do presidente Lula ao jornalista Kennedy Alencar.

“O mundo precisa de uma governança global que dê uma reorientação política para a reconstrução da paz”, afirmou o presidente.

Lula pede fim da carnificina

Depois das falas contundentes na Etiópia, durante a 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, contra o genocídio israelense em Gaza, o presidente Lula pediu que o Conselho de Segurança da ONU ponha um fim na carnificina em Gaza. O apelo foi feito na sexta-feira (1º) durante discurso na abertura da 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O encontro ocorre em Kingstown, em São Vicente e Granandinas.

Lula sugeriu uma moção pelo fim do genocídio na Faixa de Gaza e pediu que o Conselho da ONU deixe de lado suas diferenças para encerrar conflito.

“Nossa dignidade e humanidade estão em jogo. Por isso, é preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade, que precisa de muito humanismo”, disse Lula, ao condenar a “chocante indiferença da comunidade internacional”.

Ao governo japonês, que assumiu a presidência do Conselho, o presidente pediu para o tema fosse pautado “com toda a urgência”. No mesmo discurso, Lula abordou a guerra na Ucrânia, a situação de violência e desestabilidade no Haiti e pediu o fim dos conflitos internacionais.

Da Redação