Partido dos Trabalhadores

Perfil da favela muda com governos do PT

Renda cresceu 54,6% e cerca de 93% dos moradores de favela acham que vai melhorar ainda mais no ano que vem

Mudança da paisagem da Rocinha após o PAC, projeto do PT para o País aumenta a renda e a qualidade de vida

Reflexo da melhoria da qualidade de vida dos brasileiros e da ascensão das classes C e D, a vida na periferia melhorou consideravelmente nos últimos dez anos. Pesquisa mostra que a renda de quem mora na favela cresceu 54,6%, acima da média brasileira, que foi de 37,9%, no mesmo período. Não à toa, 76% de quem mora em favela acreditam que a vida melhorou no último ano e 93% acham que vai melhorar ainda mais no ano que vem.

“A favela foi a grande privilegiada”, observa o pesquisador Renato Meirelles. Segundo ele, o aumento da geração de emprego formal e a ida mais intensa da mulher para o mercado de trabalho, com 42% das famílias chefiadas por elas, foram responsáveis por um maior empoderamento dessa parcela da população.

A média salarial dos moradores da favela também cresceu, passando de R$ 603, em 2003, para R$ 1.068, em 2013. São hoje quase 12 milhões de pessoas habitando as mais de seis mil favelas em todo o Brasil, destes, 65% pertence a classe média. Os dados foram coletados por Renato Meirelles e o pelo fundador da Central Única das Favelas (Cufa), Celso Athayde, e publicado no livro “Um país chamado favela”, lançado na quinta-feira (7), em São Paulo.

Essa fatia da população se tornou também um importante mercado consumidor, movimentando R$ 64,5 bilhões por ano. Quase metade dos lares em comunidades possui tevê de LED, LCD ou Plasma, sendo 28% com TV por assinatura. Vale lembrar que, em um passado não tão distante, cerca de 53% deles já passaram fome.

A melhora na escolaridade também é responsável por mudar a realidade nas favelas. A pesquisa mostra que 73% dos jovens das favelas estudou mais que seus pais. “O jovem está mais conectado e com isso, contribui cada vez mais para a melhora da renda familiar”, observa Meirelles. Segundo ele, cada ano de estudo aumenta a renda em até 15,7%.

E essa parcela da população está cada vez mais conscientes disto. “Eles acreditam que a educação é a única coisa que não podem tirar deles”, conta. Por isso o estímulo cada vez maior para o estudo dos filhos, tido para eles como o principal meio para mudar de vida.

Ainda de forma tímida, o governo está subindo cada vez mais até essas famílias. Hoje, cerca 25% delas é atendida pelo programa Bolsa Família, do governo federal. “É interessante como o benefício faz o dinheiro circular. Ele quase que inteiramente gasta com produtos e serviços dentro da comunidade”, afirma.

Otimismo – Quem mora em favela está otimista com a vida. Cerca de 94% dos entrevistados se considera feliz. Entre eles, 76% acredita que a vida melhorou no último ano e 93% acha que vai melhorar ainda mais no ano que vem.

A satisfação não para por aí. Mais de 80% dos moradores estão felizes onde moram e mesmo que sua renda aumente, 66% não trocaria a favela por outro lugar.

A pesquisa “Radiografia das Favelas Brasileiras”, que deu origem ao livro, foi realizada pelo Data Favela em 2013. Os autores entrevistaram 2 mil pessoas de 63 favelas, de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.

 

Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias