Partido dos Trabalhadores

Petista critica ‘temor’ de tucanos com depoimento de presidente do BNDES na era FHC

Blindagem em atuação de parlamentares do PSDB conseguiu excluir do plano de trabalho da CPI do BNDES o depoimento de Mendonça de Barros

Foto: Gustavo Bezerra

O segundo vice-presidente da CPI do BNDES, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), defendeu, nesta terça-feira (11), o roteiro de trabalho do deputado José Rocha (PR-BA), relator da CPI, que prevê, entre outros pontos, a oitiva de diretores e ex-presidentes da instituição.

O petista elogiou a iniciativa do atual presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que encaminhou ofício à comissão se colocando a disposição do colegiado. Por outro lado, criticou o “temor” do PSDB em relação ao depoimento do ex-presidente Luiz Carlos Mendonça de Barros, que comandou o BNDES entre 1995 e 1998, período governado por Fernando Henrique Cardoso. O plano de trabalho da CPI foi apresentado nesta terça.

“O trabalho do relator contempla o entendimento geral da atuação do BNDES e do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio durante os últimos anos”, ressaltou Zarattini. Para ele, a presença dos ex-presidentes da instituição na CPI é importante para “comparar as políticas, ouvir as opiniões dos ex-presidentes do banco sobre, por exemplo, apoio à exportação de bens e serviço que o BNDES realizou”.

Apesar dos argumentos do deputado Carlos Zarattini, que apontou que as oitivas dos ex-presidentes não tinham um propósito investigativo, mas comparativo, os parlamentares do PSDB conseguiram excluir do plano de trabalho o depoimento de Mendonça de Barros.

“Não sei por que tanto temor em convidar ex-presidentes do BNDES de outros governos. Não estamos aqui propondo fazer a CPI das Privatizações, financiados pelo BNDES na época do FHC”, criticou. “Queremos ouvir a opinião daqueles que já estiveram no comando do banco em outros momentos importantes do país”, reiterou Carlos Zarattini.

Roteiro  O primeiro depoimento previsto no plano de trabalho será o do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na quinta-feira (20). O roteiro incluiu no rol de ex-presidentes a serem ouvidos, Demian Fiocca, Guido Mantega, Carlos Lessa e Eleazar de Carvalho. Além de ex-presidentes a CPI quer ouvir também o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, e diretores do BNDES, como o vice-presidente da instituição, Wagner Bittencourt. Assim como ocorreu com o depoimento de Luciano Coutinho, já aprovado pela CPI na forma de requerimento, os demais depoimentos devem seguir o mesmo rito.

Análises de documentos e diligências – O roteiro apresentado pelo relator estabelece para a catalogação e análise toda a documentação pertinente às operações de crédito firmadas pelo BNDES, no período estabelecido no escopo da CPI.

As diligências, segundo o plano de trabalho, poderão ocorrer no Brasil e no exterior, para ouvir dirigentes de empresas, o Ministério Público e autoridades de países beneficiados com recursos administrados pelo BNDES; para identificar, colher e confrontar informações sobre os objetivos dos empréstimos e financiamento; avaliar a execução dos contratos firmados, e os prováveis prejuízos. O roteiro propõe, também, diligências no BNDES para ouvir dirigentes e empregados do banco, bem como, das empresas de auditoria eventualmente contratadas pela instituição.

Por Benildes Rodrigues, do PT na Câmara