A bancada do PT na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) entrou com duas representações no Ministério Público (MP) do estado para pedir o afastamento do secretário de Estadual de Educação, Herman Voorwald, e do chefe de gabinete dele, Fernando Padula Novaes.
Os deputados petistas entendem que o secretário, “por ineficiência e incapacidade de diálogo”, é o responsável pela ocupação das escolas estaduais e “pela intrusão da Polícia Militar em tema de política pública”.
Em reunião nesta segunda-feira (30) com os dirigentes de ensino, Voorwald afirmou que precisava organizar “ações de guerra” e que via a necessidade de adotar uma “tática de guerrilha” para acabar com as ocupações.
“O chefe de gabinete, no nosso ponto de vista, incita a violência com esse discurso. Foi só violência que nós vimos nesta semana por parte de uma parcela significativa da Polícia Militar, que agrediu e invadiu as escolas. O governador e seus subordinados estão usando o aparelho público para implementar uma proposta feita em quatro paredes sem debater com a sociedade”, afirma o deputado Geraldo Cruz, líder da bancada do partido.
O movimento que ocupa mais de 190 escolas protesta contra a reorganização proposta pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) que pretende fechar 93 escolas, afetando a vida de 311 mil alunos e 74 mil professores que devem ser transferidos para locais estudar e trabalhar em locais mais distantes.
Em entrevista recente à rádio “CBN”, o secretário de Educação assumiu ter “vergonha” dos resultados que seu estado apresenta. Desde 2011 a frente da pasta, o líder da bancada acredita reconhecer que o ensino do estado está “péssimo” é assumir sua “incompetência”.
“Voorwald reconhece que o ensino está péssimo e demonstra que não tem competência para estar a frente do cargo. Pedimos o afastamento dele também porque acreditamos que a melhora da educação só poderá vir com a mudança pelo menos da base, já que não podemos trocar o governador”, afirma.
Segundo o deputado, o governo deixou claro a incapacidade de discutir, dialogar com os alunos, a comunidade e a categoria, que ficou mais de 100 dias em greve em 2015. “Não há como reorganizar um ensino sem que se abra um diálogo com a população diretamente envolvida”, diz.
“Eles não mostraram nenhum documento explicando as vantagens da reorganização e nem a comprovação da melhora do ensino. Eles não discutem conteúdo pedagógico, só pensam em diminuir os custos da máquina pública”, ressalta.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias