Deputados e Senadores eleitos pelo Rio de Janeiro pretendem reivindicar junto ao procurador-geral do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Marfan Vieira, o não encerramento das investigações sobre o assassinato do menino Eduardo de Jesus, de 10 anos. Eduardo de Jesus foi morto por policiais militares na porta de casa, no dia 2 de abril deste ano.
Motivados por questionamentos de familiares da vítima e de membros da sociedade civil, os parlamentares questionam o resultado apresentado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil do RJ que concluiu, na semana passada, tratar-se de legítima defesa.
“Os policiais foram recebidos a tiros e se jogam para trás e disparam contra os traficantes que davam tiros neles. Lamentavelmente, quem estava na linha de tiro era o Eduardo. Juridicamente, isso é chamado de erro na execução”, declarou à imprensa o delegado Rivaldo Barbosa, titular da Homicídios, ao apresentar a conclusão do inquérito.
A Anistia Internacional considerou a conclusão “uma aberração” e disse não ser possível a conclusão de legítima defesa em um caso em que uma criança de 10 anos, desarmada, é morta na porta de casa.
Investigações – Para o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), há elementos suficientes que mostram que os policiais não agiram em legítima defesa.
“Vou sair daqui agora para tentar o contato, não somente para levar nossa inconformidade, mas para exigir o andamento das investigações”, declarou à imprensa, após participar de uma audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito do assassinato de jovens do Senado Federal, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (6).
A CPI do assassinato de jovens ouviu representantes do governo do estado e familiares das vítimas, como a mãe de Eduardo, Terezinha Maria de Jesus.
Segundo o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a intenção dos parlamentares é encontrar com o procurador ainda hoje ou na próxima segunda-feira.
“Eu não aceito essa investigação. Essa investigação é podre”, disse a mãe.
“Legítima defesa de quê? Meu filho era uma criança na porta de casa e eles chegaram, deram um tiro e acabaram com tudo”, declarou à CPI.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da “Agência Brasil”