Há alguns anos, sempre que acontecimentos importantes relacionados ao Partido dos Trabalhadores estão próximos, áreas do setor público tomam atitudes para tirar o foco positivo do partido e focar em assuntos negativos, como forma de ampliar a criminalização da legenda.
Na última quinta-feira (29), o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Falcão afirmou que há uma campanha se alguns setores públicos tentando fragilizar o partido.
“Tivemos vários eventos coordenados por núcleos da Polícia Federal, do Poder Judiciário e do Ministério Público que se valem de momentos simbólicos para ofensivas que têm o pretexto de combater a corrupção, mas que tem outro alvo”, disse.
Falcão se referia a fatos que acontecem desde a prisão dos condenados a AP 470, em 2013. Eles foram presos na sexta-feira (14), um dia antes da Proclamação da República.
No dia 5 de fevereiro deste ano, um dia antes do aniversário de 35 anos da legenda, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, foi conduzido pela Polícia Federal para prestar depoimento. José Dirceu foi preso no dia 3 de agosto de 2015, três dias antes da transmissão do programa do PT em rede nacional.
Mais recente, a Polícia Federal fez busca e apreensão em uma das empresas de Luis Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última segunda-feira (26), um dia antes do ex-presidente completar 70 anos. Além disso, o filho do líder petista recebeu, às 23h de terça-feira (27), logo após a comemoração do aniversário do ex-presidente, a intimação para depor.
Para o deputado Enio Verri (PT-PR), não existe coincidência nas atuações da Polícia Federal e do Ministério Público. Ele critica a clara utilização de fatos importantes da história do partido para tentar prejudicar sua imagem.
“Isso mostra como essas investigações são tendenciosas. Se no próximo dia 15 de novembro acontecer alguma coisa contra nós, estará provado para toda a população que a Polícia Federal, o Ministério Público e o juiz Sérgio Moro jogam contra o PT e nossa liderança”, afirma.
“Fico com a frase do presidente Lula, eles podem tentar nos abater, mas não vão conseguir”, completou.
No dia do aniversário do ex-presidente Lula, seu filho recebeu às 23h, em sua festa de aniversário, uma intimação para depor. Para o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP), essa decisão foge de qualquer “racionalidade do estado democrático de direito”.
“Não há menor razoabilidade de processo nesse tipo de ação, isso acontece há bastante tempo e fica cada vez mais evidente. Essas ações estão sendo feitas por pessoas que não escondem mais suas preferências partidárias”, ressalta o Prascidelli.
De acordo com o deputado, é evidente que existe essa parcela do Judiciário, da Polícia Federal e do Ministério Público tem assumido de qual lado está e tem tratado os processos sem a isenção necessária.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias