Antonio Candido de Mello e Souza, crítico literário, professor e sociólogo, morreu nesta sexta-feira (12) aos 98 anos de idade. A vida de Candido foi marcada não só pela sua imensa carreira intelectual dentro da literatura, como também pela sua atuação política dentro da esquerda brasileira.
Lutou contra a ditadura militar e, em 1980, foi um dos intelectuais que ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores. Manteve-se atuante durante toda a história do partido e, no ano passado, foi um dos que se posicionou contra o golpe à presidenta Dilma Rousseff.
Candido nasceu no Rio de Janeiro, em 1918. Em 1939, ingressou no curso de Direito e de Ciências Sociais e Filosofia, ambos na USP. Ele desistiu do Direito no quinto ano, mas se formou em Ciências Sociais e Filosofia, em 1942, mesmo ano em que iniciou sua carreira universitária na USP, como professor assistente, a convite de Fernando de Azevedo.
Entre suas obras mais influentes e polêmicas em crítica literária está a “Formação da Literatura Brasileira”, lançada em 1959, na qual estuda os momentos decisivos da formação do sistema literário brasileiro. Antonio Candido foi casado com Gilda de Mello e Souza, professora de Estética na FFLCH, que morreu em 2005.
O ex-presidente Lula escreveu uma nota de pesar pelo falecimento de Candido. Para ele, o Brasil perdeu hoje um dos maiores intelectuais da história. “Não foi apenas fundador do PT, foi militante cotidiano do partido, um petista sempre presente no bom combate em defesa do desenvolvimento nacional”, afirmou.
A presidenta eleita Dilma Rousseff também manifestou seu pesar. Além da dor da perda, a presidenta destacou seu agradecimento ao apoio do intelectual durante o golpe. “Serei eternamente grata a Antonio Candido por ter se colocado contrário ao processo de impeachment sem crime de responsabilidade”, disse ela.
O presidente nacional do PT Rui Falcão também comunicou o seu pesar e lembrou que Candido presidiu o Conselho Curador da Fundação Wilson Pinheiro, primeira instituição de formação e pesquisa criada por nosso partido, tendo também participação destacada e permanente na Fundação Perseu Abramo.
Já a bancada do PT no Senado Federal afirmou que Antonio Candido deixa um legado indelével na alma da nação brasileira.
A bancada do PT na Câmara também publicou nota de pesar, assinada pelo seu líder Carlos Zarattini. O texto lembra que Candido, um dos fundadores do PT, ajudou o partido a pensar e a implementar programas para tornar o Brasil mais justo e solidário.
Veja aqui:
Íntegra da nota do PT na Câmara:
Bancada do PT na Câmara
Nota de pesar pelo falecimento de Antonio Candido
O Brasil perdeu hoje um grande homem, o companheiro Antonio Candido. Um dos maiores críticos literários de nosso país, professor, sociólogo e militante das boas causas políticas da juventude até o fim da vida, o seu legado será sempre uma referência para todo o povo brasileiro.
Defensor permanente da justiça social e da democracia, Antonio Candido sempre esteve alinhado aos ideais da esquerda democrática e socialista. Um dos fundadores do PT, ajudou o partido a pensar e a implementar programas para tornarmos o Brasil mais justo e solidário.
Defendeu sempre um projeto de desenvolvimento nacional autônomo, soberano e com redução das desigualdades sociais. Nunca abriu mão de seus princípios, desde os anos de 1940, quando militou no Partido Socialista Brasileiro.
Revolucionou a maneira de vermos a cultura nacional e o Brasil com os nossos olhos, com uma vasta obra, reconhecida nacional e internacionalmente.
Era um ser humanos ímpar. Cordial, bem-humorado e otimista com o Brasil.
Neste momento de dor, nós, da Bancada do PT na Câmara, transmitimos à família os nossos mais sinceros sentimentos de pesar.
Este grande brasileiro viverá sempre em nossos corações.
Antonio Candido: presente!
Brasília, 12 de maio de 2017
Carlos Zarattini (PT-SP), líder do partido na Câmara
Da Redação da Agência PT de Notícias