No Dia Do Servidor Público, celebrado nesta quarta-feira (28), professores do Distrito Federal (DF) em greve foram agredidos e presos pela Polícia Militar da capital, durante manifestação na via Eixo Rodoviário, na região central de Brasília.
Os professores da rede pública do DF estão em greve desde o dia 15 de outubro, Dia do Professor, por causa do não pagamento da última das seis parcelas do reajuste aprovado pelo governo local em 2013. O Governo do Distrito Federal (GDF) confirmou que o pagamento não foi feito e afirmou que não tem recursos para atender os professores.
De acordo com o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) utilizou “forte e exagerado aparato policial para acabar com a manifestação”.
“O policiamento de choque agrediu verbalmente e fisicamente diversos trabalhadores, com balas de borracha e gases, e ainda levou vários professores presos”, afirma Britto.
Para o deputado distrital e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa, Ricardo Vale (PT-DF), a ação da polícia foi “desumana” e ”truculenta contra trabalhadores”.
“Fiquei extremamente preocupado com a situação que encontrei. Quando cheguei na delegacia, encontrei cinco professores que tinham sido agredidos pela polícia e estavam algemados e sendo tratados como marginais e bandidos”, relata.
Em nota divulgada em seu Facebook, o deputado distrital e líder do PT na Câmara Legislativa, Chico Vigilante (PT-DF), também lamenta a ação e afirma que o “Distrito Federal viu cenas de violência inaceitáveis contra trabalhadores que lutam pelo cumprimento da lei sendo presos por policiais militares”.
Para ele, a “truculência da polícia” contra os professores que protestavam “contra o descaso do GDF” causa revolta.
“Greve não se resolve com polícia, não se resolve decretando ilegalidade. Greve se resolve negociando com os servidores. Portanto, é lamentável a atitude tomada pelo Governo do Distrito Federal que só contribui para radicalizar ainda mais os movimentos”, ressalta.
Segundo Ricardo Vale, a Comissão de Direitos Humanos vai ouvir os professores na tarde desta quinta-feira (29) para apurar se se houve excesso por parte da polícia.
“Queremos ouvir o próprio governador e o comando da PM do DF também, ouvir e cobrar explicações do GDF e se for o caso abrir processo de investigação para apurar o que houve, se houve excesso por parte da polícia”, explica o petista.
O deputado acrescenta que é preciso investigar de quem partiu a ordem para a ação violenta da Política Militar.
“O BOPE só age quando o governador autoriza. Nossa investigação será também para saber de quem partiu a ordem. Se a ordem foi dada pelo governador, é ainda mais grave”, finaliza Vale.
Da Redação da Agência PT de Notícias