A Petrobras anunciou, nesta terça-feira (14), a demissão de mil trabalhadores e trabalhadoras com o fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) em Araucária, no Paraná.
Em reunião nesta manhã com representantes da FUP, CUT e Sindiquímica-PR, a direção da empresa afirmou que o processo de demissão começará em 30 dias e levará até 90 dias para demitir todos os funcionários. A decisão da Petrobras, sob a gestão do governo de Jair Bolsonaro, pegou todos os trabalhadores e trabalhadoras de surpresa.
Durante a reunião coma direção da estatal, os sindicalistas afirmaram que não vão concordar com o fechamento da fábrica e nem com os desligamentos dos trabalhadores e das trabalhadoras.
“É uma posição totalmente irresponsável, sem negociação com os trabalhadores. A empresa está desrespeitando nosso acordo coletivo no que diz respeito à cláusula sobre demissão em massa”, disse Santiago da Silva Santos, presidente do Sindiquímica-PR, em reunião com os trabalhadores logo após o anúncio feito pela Petrobras.
O dirigente afirmou que na próxima segunda-feira, 20, haverá uma reunião com o Mistério Público do Paraná para tratar da situação. Ele disse ainda que várias ações serão tomadas daqui para frente para impedir a destruição do emprego na estatal.
O sindicato já havia convocado a direção por diversas vezes para uma conversa e negociação, porém eles se negaram a tratar de qualquer tema.
“São mais de mil trabalhadores que serão impactados diretamente, entre eles, trabalhadores terceirizados. Não estamos falando de pessoas, mas de famílias que serão destruídas pelo que a gerência da Petrobras está fazendo a todos nós”.
A estratégia dos gestores da Petrobras faz parte do processo de desmonte na estatal em vários estados, que piorou com o governo Bolsonaro.
Decisão Arbitrária
Roni Barbosa, petroleiro e secretário nacional de Comunicação da CUT, falou que é inaceitável a Petrobras ter mais de 15 bilhões de lucro e fechar uma fábrica porque ‘está dando prejuízo’.
“É uma decisão arbitrária que não atende aos trabalhadores e não é aceitável que a Petrobras faça isso. O que me assusta é ver gestores dizerem que 7% da produção nacional é pouco, não é nada para o Brasil. É muita coisa para o Brasil, sim, e hoje temos mil empregos perdidos”.
O dirigente defendeu ainda que será necessária uma unidade de todos os trabalhadores para enfrentar o período de trevas no país.
“Vamos precisar de unidade, a FUP e CUT são dois grandes aliados que vocês podem contar”.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, criticou a decisão:
Por CUT