O governo Lula ampliou ainda mais os esforços para o Brasil alcançar a soberania na área de insumos, estratégica para a garantia da segurança alimentar da população. Na sexta-feira (25), o Conselho de Administração da Petrobras decidiu pela retomada da implantação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN-III), situada em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul (MS). Serão investidos R$ 3,5 bilhões na conclusão do projeto. A previsão é de que a megafábrica entre em operação em 2028.
A UFN-III teve as obras paralisadas em 2014, e quase foi vendida à empresa russa Acron pelas gestões entreguistas de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). A unidade – capaz de produzir, por ano, 1,2 milhão de toneladas de ureia e 700 mil de amônia – começou a ser construída em 2011, no governo Dilma Rousseff (PT), que injetou R$ 3,9 bilhões na instalação de 82% da estrutura.
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Wilson Guilherme da Silva, gerente-geral de Programas de Investimentos da Petrobras, disse que a UFN-III se apresentou atrativa em todos os cenários avaliados pela estatal. “A planta está em uma área muito bem posicionada em relação ao mercado consumidor, próxima aos principais consumidores do Centro-Oeste, Sul e Sudeste”, indicou.
Soberania nacional
O deputado federal Vander Loubet (PT-MS), que era coordenador da bancada do MS no Congresso até a semana passada e foi um dos principais articuladores pela conclusão da UFN-III, comemorou a decisão do governo Lula.
“A aprovação da retomada e conclusão da fábrica de fertilizantes de Três Lagoas é uma vitória para o Mato Grosso do Sul e coroa uma luta nossa que começou no início da gestão do presidente Lula, quando apresentamos a ele a reivindicação dessa obra. Até porque ela não é importante só para o nosso estado, é estratégica para todo o Brasil, porque vai contribuir para diminuir nossa dependência de fertilizantes importados”, defendeu Vander.
Em novembro, a Petrobras dará início ao processo licitatório que vai contratar empresas nacionais para terminar a fábrica de fertilizantes. A decisão de retomar as obras está fundamentada no Plano Estratégico 2024-2028, liderado pela indicada do presidente Lula para comandar a estatal, Magda Chambriard.
Crime de lesa pátria
As irresponsabilidades da Operação Lava Jato resultaram na interrupção das obras em Três Lagoas. A sanha persecutória indiscriminada e o assalto à soberania brasileira não miraram apenas políticos e empresários, mas também as próprias empresas. A Petrobras teve que suspender o contrato de construção e montagem em dezembro de 2014. Mais de 4 milhões de empregos diretos e indiretos foram perdidos.
O consórcio encarregado das obras era composto pela chinesa Sinopec Petroleum e pela Galvão Engenharia, construtora investigada em Curitiba. A empresa brasileira acabou entrando em recuperação judicial e deixou o projeto, sendo substituída por outra companhia da China, em 2017.
Desde então, segundo o gerente-geral de Programas de Investimentos da Petrobras, a estatal tem alegado “baixa produtividade” por parte dos chineses. “O projeto foi descontinuado por baixa produtividade do consórcio contratado para fazer a obra”, lamentou Guilherme.
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Da Redação, com informações de Petrobras, PT na Câmara, O Globo, O Estado de S. Paulo