Nem mais de um ano de Operação Lava Jato e o longo desdobramento de denúncias originadas em delações premiadas à Justiça ou o prejuízo financeiro decorrente do caso tiraram o brilho e a visibilidade da Petrobras como uma das maiores empresas do mundo.
A companhia estatal brasileira de petróleo é a 28ª do ranking anual da revista “Fortune”, com receita de US$ 143,657 bilhões (quase R$ 470 bilhões em valores desta quinta-feira (23), em 2014. É a 21ª vez que a Petrobras aparece na lista, em sua 61ª edição. Outra estatal brasileira, o Banco do Brasil, também está no ranking, com mais cinco empresas nacionais.
Lideram o ranking deste ano a rede varejista Walmart (dos Estados Unidos), a concorrente chinesa da Petrobras chamada Sinopec, seguida de outra petroleira de origem anglo-holandesa, a Shell.
Anunciado na terça-feira (22), esse tão prestigiado placar corporativo enumera as 500 maiores empresas do mundo pelo critério da rentabilidade: elas geraram US$ 31,2 trilhões (mais de R$ 102 trilhões) em receitas em 2014, com 65 milhões de empregados.
Além do Brasil, mais 35 países têm representantes na lista, que é liderada pelos Estados Unidos, com 128 empresas, seguida da China, com 106.
Brazucas – A segunda companhia brasileira mais bem colocada na lista é o Itaú Unibanco, que subiu para o 112º lugar (era a 138ª em 2014), seguida do BB (a 126ª, que foi 125ª no ano passado); Bradesco (185ª, dezoito posições à frente do 203º no ano passado); JBS/Friboi (202ª e 251ª em 2014); Vale (312ª, após ocupar 218ª); e Ultrapar (414ª, contra 430ª).
A revista destacou o atual esforço da Petrobras, maior empresa da América Latina, em cortar custos e desafazer-se de ativos para focar no financiamento de “tentadores” projetos de exploração e extração de petróleo em águas profundas (pré-sal).
A Fortune não deixou de recordar os quase US$ 300 bilhões em ativos e operações da Petrobras em 24 países, o que foi decisivo para elevação das vendas mesmo em plena crise e apesar da queda nos preços internacionais da commodity em 2014.
A revista declarou sua expectativa de que o atual processo por qual passa a estatal acabe resultando em menor interferência política na empresa que, como as demais do setor, administram o impacto da queda do preço internacional do petróleo e processos judiciais de acionistas que buscam compensação pelas perdas com as investigações da Polícia Federal.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias