Os investimentos realizados pela Petrobras nos últimos anos e o grande avanço nas taxas de produção e produtividade do agronegócio serão essenciais para a retomada da economia no ano que vem. A avaliação é do professor e coordenador do Grupo de Estudos de Conjuntura (Cecon) do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), Fernando Ribeiro.
Ribeiro acredita que os setores da indústria do extrativismo, minério e em especial o petróleo, bem como a agropecuária, devem ter papel essencial na retomada de cenário mais favorável para a economia em 2016.
Os outros dois setores considerados nos estudos do Gecon – serviços e indústria de transformação – é que vão continuar em baixa. “O desempenho dos setores de produção de petróleo e agronegócio suaviza de alguma forma o cenário econômico no ano que vem“, aposta ele, baseando-se em dados e projeções da Petrobras. na maturação de projetos, especialmente na camada pré-sal.
Em relação ao agronegócio, ele lembrou que o sucesso da atividade de produção de alimentos é fundamental para segurar o preço, um importante instrumento de inibição dos índices de inflação. “Este ano tem a concentração de reajustes de preços regulados, muitas pressões nos custos, que provavelmente no ano que vão se amenizar”.
Para Ribeiro, os problemas que afetam a Petrobras desde o ano passado, prejudicando os investimentos devido à dificuldade de financiamento, não afetam a operação em campo. “É natural que tenha aumento (na produção). Devido à maturação de investimentos de longo prazo no pré-sal, os resultados em nível de produção tendem a crescer”, considerou.
Por telefone, Ribeiro também afirmou à reportagem da Agência PT de Notícias, na manhã desta quarta-feira (24), que o quadro de forte queda na inflação em 2016, previsto em relatório do Banco Central (BC), “é plausível” – muito em função das medidas do ajuste fiscal, das taxas de juros em alta e da retração na atividade econômica.
“A inflação deve ter uma retração bastante forte no ano que vem”, acredita, Ribeiro. “Tem outras variáveis (a se considerar), mas essa uma trajetória (macroeconômica) possível”, observa o professor.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias