O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) denunciou um esquema no Poder Judiciário brasileiro para condenar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e inviabilizá-lo como candidato nas eleições de 2018. O que para alguns poderia ser visto como apenas uma “simples coincidência” é classificado por Pimenta como “Conexão Curitiba”.
Todos sabem da ligação do juiz Sérgio Moro com Curitiba, assim como dos delegados e procuradores da Lava Jato com a capital paranaense. Porém, o que quase ninguém sabe é que os membros do Poder Judiciário de instâncias superiores que julgarão as decisões de Moro contra Lula também são todos de Curitiba e de círculos próximos ao do magistrado que persegue o ex-Presidente.
De acordo com Pimenta, o desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª região João Pedro Gebran Neto, responsável por julgar recursos de pessoas condenadas em primeira instância na Lava Jato, é natural de Curitiba, onde se formou e fez carreira no meio jurídico.
Já no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o relator dos processos da Lava Jato é o ministro Felix Fischer, que também tem forte ligação com Curitiba e região, onde foi professor de diversas universidades de Direito ao longo da década de 1970, 1980 e 1990 até ser nomeado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para o cargo de ministro no STJ.
O curioso é que Félix Fischer não era o relator dos casos da Lava Jato no STJ, que estavam sob a responsabilidade do ministro Marcelo Navarro. Mas em dezembro de 2015, a relatoria saiu das mãos de Navarro e foi para as mãos de Félix Fischer em razão de uma regra regimental do STJ.
Na última semana, Felix Fischer negou o recurso da defesa de Lula que pedia a suspeição do juiz Sérgio Moro, contrariando o parecer da desembargadora Aurea Maria Etelvina Nogueira Lustosa Pierre.
Por fim, lembra Pimenta, o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal é o ministro Edson Fachin, formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Assim como ocorreu no STJ, Fachin não era o relator dos casos da Lava Jato na Suprema Corte.
Ele só assumiu a relatoria após a morte de Teori Zavascki, em uma manobra do próprio STF, como explica o deputado Paulo Pimenta. “O Fachin era da primeira turma, e o colegiado responsável pela análise da Lava Jato no STF era a segunda turma da Corte. Fachin foi então transferido da primeira para a segunda turma, e “coincidentemente” foi ele o sorteado para ser o relator da Lava Jato”, recorda Pimenta.
De acordo com Pimenta, o episódio “Fachin” fecha o ciclo da “Conexão Curitiba”, que segundo ele foi montado estrategicamente para afastar Lula das eleições de 2018. “Não são coincidências, são evidencias de que há um rearranjo dentro do Poder Judiciário que está sendo cumprido.
Essas relações pessoais e profissionais que se misturam entre o juiz Sérgio Moro, o desembargador Gebran Neto, e os ministros Félix Fischer e Edson Fachin beiram o repugnante, assim, como por outro lado, revelam os riscos para o Direito brasileiro das decisões que serão tomadas e referendadas, uma vez que, ao que parece, não serão baseadas em provas ou nas leis, mas muito mais sustentadas por uma lealdade de uma “confraria de amigos” dessa Conexão Curitiba”, denunciou Pimenta.
Do Brasil 247