O governador petista de Minas Gerais, Fernando Pimentel, anunciou a criação do programa Minas Digital em cerimônia realizada no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, na tarde dessa segunda-feira (27).
De acordo com a Agência de Notícias Minas (AG), o objetivo da iniciativa é atrair R$ 1 bilhão em investimentos privados e públicos em 10 anos e formar 100 mil jovens anualmente para transformar estado referência mundial em educação tecnológica e inovação.
Pimentel enalteceu o caráter diferenciado do projeto e declarou que sua implementação vai colocar Minas no século 21. Concebido para resgatar um dos mais tradicionais centros de ensino do estado, o antigo Colégio Estadual Milton Campos.
O programa vai sediar um dos 20 hubs (centrais de convergência, desenvolvimento e operacionalização de novas empresas de tecnologia, as startups) em processo de instalação em todo o estado, como suporte básico de infraestrutura para atrair quem deseja investir ou ampliar o negócio.
“Hoje, há cerca de 300 empresas digitais em atividade em Minas e a intenção é ampliar este número”, afirma a agência oficial do governo mineiro.
O local vai oferecer cursos de empreendedorismo focados na área digital, além de abrigar as empresas que formam o chamado San Pedro Valley, nome que se deu a um dos mais conhecidos polos de tecnologia de Belo Horizonte, localizado próximo ao colégio/hub.
O programa almeja selecionar 600 startups em toda Minas Gerais, que serão submetidas a um processo de graduação com duração em torno de um ano e meio. Ao final, 30 serão eleitas para se tornarem sócias do Estado, que vai integralizar 20% do capital.
“Serão entre R$ 100 mil e R$ 300 mil, para que elas sejam parte do desenvolvimento de Minas”, afirmou na cerimônia o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), Miguel Corrêa, cujo papel é coordenar o Minas Digital.
As inscrições de estudantes de todo estado com nível médio completo, primeira etapa do projeto, terão início em setembro, dentro de pouco mais de um mês. Selecionados os 600, lhes será assegurado o direito de fazer cursos superiores, técnicos e de pós-graduação voltados para a área da tecnologia, como programação, análise de mídias sociais e produção de games. Já em janeiro que vem (2016), começarão os estudos do grupo para criação de empresas de economia digital.
O Minas Digital prevê a criação de 17 polos regionais de inovação, um em cada território de desenvolvimento de Minas, com suas vocações regionais. Nos polos vão atuar, formando 17 hubs de inovação, as Universidades Abertas Integradas (as UAItecs), startups e instituições de ensino superior.
O projeto planeja para os hubs parcerias com instituições privadas como Federação das Indústrias (Fiemg), Fecomércio e Sebrae. “Os hubs são locais, escolas digitais, que vão concentrar a inovação no Estado inteiro. Começaremos com 20. Neles, teremos as startups, as empresas, cursos de graduação e pós-graduação”, detalhou Corrêa.
Educação indígena – Partindo do pressuposto de que o direito à educação está diretamente ligado ao direito à terra e ao reconhecimento da identidade indígena, a secretária de de Educação de Minas, Macaé Evaristo, abriu nessa mesma segunda-feira, em um comunidade no Norte do estado, um programa de reuniões para ouvir os povos indígenas sobre reivindicações na área da educação.
Minas tem 17 escolas indígenas e mais duas turmas em educandários não-indígenas, onde são atendidos cerca de 3,5 mil alunos das etnias Kaxixó, Krenak, Maxakali, Pataxó, Pankararu, Xacriabá, Xucuru-kariri e Mokurin.
A reunião com professores e a comunidade Xacriabá, da aldeia Brejo Mata Fome, no município de São João Missões, teve como objetivo implementar um trabalho conjunto com os indígenas. “Essa é uma missão importante. Tem muito trabalho pra fazer, mas nós não vamos saber fazer sozinhos. Precisamos sempre de sentar com vocês, escutar e trabalhar juntos”, afirmou Macaé, ao anunciar a criação da Comissão Estadual de Educação Escolar Indígena.
O cacique Domingos Xacriabá destacou a importância de ter escolas nas aldeias e da presença do Estado. “Ter escolas dentro das aldeias facilita o acesso dos alunos à sala de aula. Nossas escolas oferecem não só a educação comum, mas também nossas culturas de dentro da aldeia. Esperamos, de agora em diante, estreitar cada vez mais essa parceria para a melhora das nossas escolas”, ressaltou.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Morais