A tragédia provocada pelas recentes inundações reflete a necessidade urgente de uma gestão mais eficaz e adaptada às mudanças climáticas. A crise atual é um reflexo das falhas na gestão e na prevenção aos desastres naturais, exacerbadas por um cenário de desmonte das estruturas de gestão pública e falta de investimento em áreas essenciais. Essa é a mensagem inicial abordada no plano de governo de Maria do Rosário, candidata do PT à prefeitura de Porto Alegre.
Diante desse cenário, a reconstrução de Porto Alegre exige a retomada e a qualificação do planejamento urbano e ambiental, por meio de uma gestão municipal capaz de conjugar ações especiais para a recuperação integral das áreas atingidas pela inundação, com um projeto de planejamento e metas que pensem o futuro de Porto Alegre para os próximos 10 anos (2025-2035), diz ainda o plano de governo da candidata. E é nesse sentido que, para Maria do Rosário, sua maior responsabilidade é apresentar propostas e diretrizes de um projeto de desenvolvimento para recuperar, prevenir e proteger Porto Alegre em sua infraestrutura, dimensão social, cultural e econômica.
Das 35 propostas detalhadas em seu plano de governo, a primeira trata-se do Plano de proteção contra enchentes e alagamentos. A proposta traz uma série de ações para prevenir tragédias como a que aconteceu em maio desse ano, entre elas, a recriação do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), extinto em 2017 durante o governo de Nelson Marchezan; reformas e manutenção de infraestrutura que engloba casas de bombas, diques e o muro da Mauá; sistemas de monitoramento e alerta; criação de uma estrutura pública dedicada à drenagem e proteção, entre outras ações.
“Vamos investir na criação de diques internos nos arroios e vamos garantir também uma proteção especial para as ilhas. Vamos garantir essas ações por meio de um trabalho científico e tecnológico, integrado com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),” explicou a candidata na noite deste domingo (8), em debate promovido pelo Porto Alegre 24 Horas com os candidatos à prefeitura da capital gaúcha.
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O plano de governo de Maria do Rosário inclui saneamento ambiental e gestão das águas, abordando questões cruciais para a melhoria da infraestrutura urbana, pois, de acordo com a candidata, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) deixou de atender de forma adequada a necessidade de água potável e os investimentos em esgotos também estão defasados.
Outra questão central de seu plano de governo trata-se de melhorar a saúde pública para todos e todas com gestão pública transparente e participativa. “Nas últimas décadas, Porto Alegre tem enfrentado desassistência e desamparo na saúde devido à degradação das redes de serviços e ao subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS). A crescente terceirização e privatização da gestão pública resultaram na fragmentação dos serviços e na piora de indicadores em saúde,” diz seu plano de governo em relação à precarização da saúde pública.
A proposta de Maria do Rosário para a ampliação das equipes de saúde da família em Porto Alegre reflete uma abordagem abrangente para melhorar a atenção primária e o acesso à saúde. A candidata relatou que, de acordo com informações do Ministério da Saúde, Porto Alegre pode ter cerca de 700 equipes de saúde da família, de saúde bucal e nas diferentes áreas. Também durante o debate promovido pelo Porto Alegre 24 Horas na noite de ontem, Maria do Rosário disse que está empenhada, buscando recursos no Ministério da Saúde para implementar mais policlínicas de especialidades na capital gaúcha.
O plano de governo também inclui propostas para uma cidade com qualidade socioambiental; políticas para catadores e reciclagem de resíduos; limpeza urbana; mobilidade urbana e transporte público – incluindo tarifa zero nos ônibus e passe livre estudantil. Além disso, a candidata assumiu o compromisso com a segurança pública; moradia digna; reconstrução e democratização da educação; cultura, esporte, lazer, entre outros temas. O plano de gestão de Maria do Rosário inclui ainda o povo como protagonista de novo, por meio de uma gestão democrática, com participação popular.
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Da Redação