O Plebiscito Popular pela Reforma Política distribuiu 10 mil urnas por todo o estado para permitir que os paulistas se manifestem em favor para participarem do Constituinte. O instrumento que visa construir força social em torno de uma nova constituinte exclusiva e soberana estará disponível até o dia 7 de setembro. Em São Paulo, a campanha foi dividida em 18 macroregiões, envolvendo de 10 a 50 municípios cada uma. Além do voto presencial, a população pode se manifestar favorável à campanha pelas plataformas disponibilizadas na internet.
Membro da coordenação estadual da campanha, Fátima Sandalhel relata que a aceitação à consulta em São Paulo tem sido grande, apesar da blindagem política existente no estado. “O que está em jogo aqui economicamente é muito central, não é à toa que as principais campanhas têm direcionado mais tempo aqui. É um eleitorado bombardeado cotidianamente para se posicionar. Nesses primeiros dias temos tido muita reciprocidade”, conta.“É muito difícil participar diretamente das decisões e por isso precisamos ampliar os mecanismos. O governo acabou de fazer um decreto para regulamentar os conselhos de participação popular, apenas transformando em lei algo que já existe em prática e o congresso foi veemente contra, não querendo a participação popular”.
Ela conta ainda que o grupo à frente das urnas tem conversado bastante com a população para esclarecer as pautas centrais e cita alguns exemplos numéricos. “A turma de Sorocaba em um turno da manhã, conseguiu mais de 1000 assinaturas numa banca montada na praça central da cidade. Ontem, a turma de Jacareí, no período da manhã teve 700 votos. No Anhangabaú [centro da capital], em apenas duas horas, foram 400. Há uma percepção geral de que precisa haver mudança”, acrescenta.
O servidor público Guilherme de Andrade não deixou que a correria de sua rotina impedisse sua participação. Embora trabalhe no centro da cidade, onde foram distribuídas diversas urnas, ele optou pelo voto virtual, para não deixar a questão passar em branco. “É preciso conscientizar a população de que são necessárias reformas, vivemos num sistema político atrasado”, diz Andrade.
Uma bandeira da campanha que deve ser bastante debatida aborda o aumento da participação de mulheres jovens, mulheres, negras e índias na política. A representativade do gênero ainda está muito aquém do ideal. Embora as mulheres representem 51% da população, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 9% do Congresso Nacional é integrado por mulheres parlamentares.
As votações encerram no domingo (7). A meta da coordenação estadual é atingir 2 milhões de votos em são Paulo. Os interessados podem tirar dúvidas ou requerer material sobre a campanha enviando e-mail para plebiscitoconstituinte@gmail.com ou pelo telefone (11) 3118-2516.
Por Camila Denes, da Agência PT de Notícias