Em editorial publicado neste domingo, o jornal “O Globo” apresenta dados e números que apontam o acerto da política de desarmamento mantida pelo Brasil. Entre 2004 e 2014, durante a primeira década do Estatuto do Desarmamento, mais de 160 mil vidas foram poupadas em todo o país. Até 2003, quando o Estatuto entrou em vigor, as curvas de mortes por arma de fogo eram crescentes.
A entrega voluntária do armamento está entre as políticas de endurecimento mais eficazes para desarmar a população. A fixação de critérios mais rígidos para a compra e a limitação da concessão de porte legal de armas também está entre as melhorias.
Em dez anos, o número de pessoas que compraram armas no Brasil teve um encolhimento de 40,6%, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
De acordo com o pesquisador Glaúcio Soares, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), em entrevista ao jornal “O Globo”, apenas no Estado do Rio de Janeiro, desde 2004, 30 mil vidas foram poupadas.
Segundo o estudo de Gláucio, o número de vidas poupadas depois do Estatuto é maior a partir de 2007, quando começaram a ser instituídas as políticas de pacificação como complemento dessa noção de segurança pública.
Exemplo disso são as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Desde sua implantação, 28,6 mil vidas foram poupadas no estado carioca, sendo 95% do total, vítimas em potencial de armas de fogo.
A Pesquisa do Instituto de Segurança Pública (ISP), também do Rio de Janeiro, mostra que entre 2008 e 2014 o total de mortes durante intervenções policiais em áreas pacificadas teve uma queda de 85,5%.
A bancada da bala no Congresso Nacional pretende flexibilizar o Estatuto do desarmamento, o que seria um risco para a eficácia como anteparo contra a violência, na avaliação do jornal.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do jornal “O Globo”