É de Asa Branca, clássico de Luiz Gonzaga, o verso que despertou a voz das milhares de pessoas que tomaram a Praça da República, na cidade de São Paulo, na noite de quarta-feira (11), em ato por Lula livre e pela memória de Marielle Franco. “Eu te asseguro. Não chore não, viu. Que eu voltarei, viu. Meu coração”.
A canção, sugerida pelo próprio ex-presidente para cativar a militância durante o ato histórico em São Bernardo do Campo no dia 7 de abril, foi o ponto de partida para uma série de manifestações de repúdio à prisão política de Lula decretada arbitrariamente pelo juiz Sérgio Moro.
“Este não é um evento de um partido só. É um evento pela democracia, que pede a soltura imediata do ex-presidente Lula e por justiça pela morte de Marielle. Este é um ato feito com o coração ligado por diversas ideologias em comum. Espero que isso aqui se reverbere e se propague”, opina o produtor Duda Vieira, um dos organizadores do evento ao lado de diversos outros artistas, lideranças políticas e movimentos populares.
Entre os músicos que se revezavam no palco o tom do discurso seguia o mesmo caminho. “Estamos aqui por dias melhores. Acho muito importante que eventos como este sigam acontecendo por todas as partes do Brasil até que a justiça seja feita. Lula sempre representou a esperança, por isso temos que continuar acreditando que é possível mudar este cenário. Estamos aqui por ele”, declarou o cantor Samuca, logo após se apresentar ao lado da banda A Selva.
Uma das representantes políticas que apoiaram a realização do ato é a vereadora Juliana Cardoso (PT-SP). “Este ato é importantíssimo para que a gente dialogue não só com os nossos. Temos que ocupar todos os espaços públicos, principalmente nas periferias”, avaliou.
Juliana também falou sobre a prisão injusta do ex-presidente Lula. “O Lula foi preso injustamente. E tem muitos negros da periferia que estão encarcerados há muito tempo também injustamente. Temos que falar o diálogo da luta do povo. Lula livre, Marielle vive. Vamos em frente”.
Eu sou Lula
Havia Lulas homens e mulheres. Havia Lulas de todas as idades. Havia Lulas brancos e negros. “Eu sou Lula porque sou pernambucana igual a ele, nordestina, e vi minha vida mudar assim que ele virou presidente. Eu sou Lula também pelo meu filho que só conseguiu entrar na universidade por causa do Prouni. Eu sou Lula pela Educação do nosso país”, disse a professora Francineide Maria da Silva.
A ativista ambiental Magali Correa, criadora de um bloco de carnaval em homenagem ao ex-presidente, diz que agora é “Lula mais do que nunca”. “Eu sou Lula por tudo o que ele fez pelo Brasil e porque não dá para aceitar que ele permaneça preso injustamente. Enquanto ele não estiver em liberdade nós estaremos nas ruas. Por ele, por Marielle e pela democracia”.
Eleonora Menicucci, ex-ministra durante o governo de Dilma Rousseff, agora carrega oficialmente Lula no nome. “O meu nome é Eleonora Lula Menicucci. Vou carregar o nome do ex-presidente em todas as lutas que realizaremos. Hoje fizemos um ato maravilhoso no vão do Masp e agora estamos aqui para mostrar todo o nosso apoio a ele. A nossa luta também é pelo direito das mulheres e por justiça por Marielle”.
João Oliveira também é Lula pela afinidade, mesmo que indireta, que cultiva com o ex-presidente: ambos passaram boa parte de suas vidas num chão de fábrica. “Eu sou metalúrgico assim como ele. Por isso eu sou Lula. Porque ele é igual a gente e trabalhou para melhorar as nossas vidas. Por isso eu serei Lula até morrer”.
Da Redação da Agência PT de Notícias