O presidente de extrema direita, Jair Bolsonaro (PSL), sustentou o nome do advogado Ricardo Salles como o novo ministro do Meio Ambiente mesmo com pendência com a Justiça.
A nomeação de Salles é alvo de ações judiciais porque o novo ministro teve seus direitos políticos suspensos por três anos após ser condenado na Justiça de São Paulo por improbidade administrativa em dezembro pelo juiz Fausto José Martins Seabra, da 3ª Vara da Fazenda Pública do TJ-SP.
O artigo 87 da Constituição Federal determina que os “Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos”. Ainda assim, o presidente decidiu indicar o advogado ao cargo e deixou claro quem queria agradar com a indicação: o agronegócio.
Ricardo Salles é acusado de descumprir leis ambientais e manipular mapas de manejo ambiental do rio Tietê, em São Paulo, “com a clara intenção de beneficiar setores econômicos”. Na época, ele era secretário do Meio Ambiente na gestão de Geraldo Alckmin (PSDB). O advogado agrada aos ruralistas porque seus discursos estão em sintonia com os interesses do agronegócio.
Em vídeo gravado durante um almoço com ruralistas e cantores sertanejos em dezembro, logo após anunciar Salles na equipe do governo, Bolsonaro, descontraído, afirmou: “Vocês gostaram do ministro do Meio Ambiente agora, né? Com toda certeza”. “Gostamos de tudo”, respondeu prontamente, “representando o agronegócio”, o locutor do rodeio de Barretos, Cuiabano Lima.
Por Brasil de Fato