O governo Bolsonaro continua com o sucateamento desenfreado da educação, prejudicando cada vez mais os alunos de cursos superiores. O volume de bolsas para cursos presenciais oferecidos pelo ProUni (Programa Universidade Para Todos) permanece em queda livre, enquanto os cursos de EAD (educação a distância) seguem crescendo.
Esse tipo de curso é, de maneira geral, de menor qualidade, e é criticado por conselhos profissionais. No segundo semestre deste ano, 51% das vagas para bolsas integrais são para formação à distância, em comparação com apenas 23% no primeiro semestre de 2015. As informaçções foram apuradas pelo jornal Folha de S. Paulo.
As bolsas integrais hoje representam 45% das vagas do programa, uma redução de 17% em relação a 2015. Essa queda prejudica estudantes de baixa renda, que não conseguem arcar com os custos das faculdades. Segundo especialistas, o ProUni passa por um esvaziamento de qualidade que compromete o alcance da política.
Em seis meses, o despreparado presidente não cansa de menosprezar a educação no país. Ele e seu ministro da pasta, Abraham Weintraub, já fizeram diversos ataques às universidades federais, realizaram cortes no orçamento de instituições de ensino e consideram acabar com as ciências humanas.
Tais medidas, indica o Ibope, são reprovadas por mais da metade da população.
Mas o retrocesso começou antes. Desde o golpe em 2016, a educação do país vem sendo prejudicada, sobretudo a partir da PEC do Teto dos Gastos, aprovada pelo golpista Michel Temer e apoiada por Bolsonaro. A proposta congela os investimentos públicos por 20 anos. De acordo com o projeto, o investimento de um ano deve ser equivalente ao do ano anterior, corrigido pela inflação.
História do ProUni
Criado em 2005 por Lula, o programa oferece bolsas de estudo integrais e parciais (50%) em instituições privadas de educação superior, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, a estudantes brasileiros sem diploma de nível superior. Até 2015, em média 69% das bolsas oferecidas eram integrais, voltadas para alunos com renda per capita de até 1,5 salário mínimo. O programa se mostra essencial para oferecer educação de qualidade para todos, buscando combater a ampla desigualdade social do país.
Manifestações contra cortes na educação
Neste domingo (7), pesquisadores vão às ruas em defesa da ciência e da educação. A Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), associações de professores e pesquisadores, convocou a sociedade brasileira para participar de atos em São Paulo e no Rio de Janeiro, no domingo. No sábado, ocorre manifestação em Belo Horizonte. Para mais informações sobre horários e locais, confira a íntegra da matéria na Rede Brasi Atual.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Folha de S. Paulo e Rede Brasil Atual