A CPI do BNDES ouviu o vice-presidente do banco, Wagner Bittencourt, e Luciene Machado, responsável pelo comércio exterior da empresa, na terça-feira (1º), e ambos reiteraram que a construção do Porto de Mariel, em Cuba, teve todas as operações realizadas dentro das regras e normas estabelecidas pela instituição.
A diretora Luciene Machado afirmou também que não houve e não há tráfico de influência nos contratos feitos pelo branco.
“O Porto de Mariel é uma operação que passou por todos os ritos de avaliação de risco e deliberação colegiada. O BNDES atua por intermédio de procedimentos com os quais atuo há 17 anos. São equipes distintas de técnicos que analisam os créditos. Isso faz com que a operação de crédito não sofra tráfico de influência”, assegurou.
A resposta foi dada ao relator José Rocha (PR), que usou matérias jornalísticas para formular sua pergunta, a exemplo de reportagem da revista “Época”, que acusava o ex-presidente Luiz Inácio da Silva de atuar junto ao banco para liberar recursos para a construção do porto cubano. As afirmações foram rebatidas imediatamente pelos diretores, que afirmaram não haver possibilidade de ter tráfico de influência no banco.
“São mais de 50 técnicos que participam da decisão. Essa é uma informação improcedente. Não existe isso no BNDES”, afirmou Wagner Bittencourt.
Sobre o prazo estabelecido para a conclusão da obra do porto, o vice-presidente da instituição disse que o prazo estipulado foi compatível com o investimento do Porto de Mariel.
Ainda sobre o tráfico internacional de influência que a revista “Época” acusou o ex-presidente Lula, Bittencourt reitera que o BNDES opera no mercado interno e externo e que todas as operações realizadas são impessoais, requerem pareceres técnicos e passam por decisão colegiada.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP), segundo vice-presidente da CPI, criticou a postura da oposição em fazer uso político do plenário da comissão usando o local apenas para disputas políticas.
“Os diretores do BNDES afirmaram, mais uma vez, que não houve interferência política ou ingerência do ex-presidente Lula na atuação do banco nas operações de exportações de bens e serviços brasileiros em obras de infraestrutura em Cuba. As acusações contra Lula de tráfico de influência são infundadas e desmentidas por técnicos do BNDES”, afirmou Zarattini.
A CPI do BNDES investiga supostas irregularidades nos contratos da instituição no período de 2003 a 2015.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT na Câmara