O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) afirmou nesta quinta-feira (19), durante sessão da CPI da Petrobras, que PSDB e PMDB receberam doações das empresas envolvidas na Operação Lava Jato, mas não tratam os recursos como “propina”, ao contrário do que fazem com o PT.
“O PT, que recebeu doação legal de empresas investigadas, é acusado de receber propina, mas o que o PSDB recebeu, quase os mesmos valores, não é propina. E o que o PMDB também recebeu não é propina. Há dois pesos e duas medidas?”, questiona o parlamentar.
“Será que a disputa política eleitoral não terminou? O PT orienta seus deputados a participar, investigar e criar instrumentos para punir todos aqueles que cometeram delito, em qualquer lugar e de qualquer ordem”, completou, em nome da liderança do partido.
O parlamentar lembrou que a Petrobras realizava investimentos de US$ 5 bilhões em 2002 e passou a investir US$ 50 bilhões em 2014. Este crescimento, segundo argumenta, pode ser jogado na lata do lixo.
Ele alerta ainda para o risco da entrega da estatal às multinacionais. “Nós não premiamos, como aconteceu no passado, dirigentes da Petrobras com cargo no Tribunal de Contas da União para investigar depois as contas da empresa”, lembrou.
“Nós queremos apurar, queremos fazer o debate político, o bom debate. Não queremos fazer palanque para aqueles que perderam a eleição criarem um terceiro turno”, enfatizou.
Prascidelli lembrou que a deleção premiada e os vazamentos seletivos conduzem a opinião pública a entender a investigação como algo para incriminar um partido político e condenar pessoas antes da hora.
“Dizer que serão chamados familiares dos acusados é tortura psicológica. Temos que respeitar o direito ao silêncio, mas também temos que fazer a apuração e a condenação dos que cometeram ilícitos”.
Da Redação da Agência PT de Notícias