“Bolsonaro põe militar na Petrobras para tentar se equilibrar entre dólar alto e preço do petróleo e conter greve dos caminhoneiros. Sem mudar dolarização dos combustíveis e privatização do refino, não adianta trocar nomes. Vai ser conversa”, afirmou a deputada federal pelo Paraná em seu perfil no Twitter.
A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, respondeu à mudança feita por Bolsonaro na presidência da Petrobras, no final de semana, afastando o atual presidente Roberto Castello Branco e indicando o general Joaquim Silva e Luna.
O presidente da Frente Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, concorda com a líder do PT. “Finalmente, Castello Branco caiu, após as paralisações da categoria petroleira e as denúncias que nós fizemos sobre a política de preços de combustíveis nefasta para a população brasileira”, afirmou. “Mas não adianta mudar o presidente da Petrobras se o Preço de Paridade de Importação (PPI) continuar.”
Mais que a demissão de Castello Branco, a pressão por parte do mercado financeiro recai principalmente na manutenção da atual política de preços, um “legado” do golpe jurídico-parlamentar contra a presidenta Dilma Rousseff, em 2016. A política foi adotada quatro meses após o afastamento de Dilma por Pedro Parente, indicação de Fernando Henrique Cardoso para a Petrobras em contrapartida ao apoio à conspiração do usurpador Michel Temer.