A prefeitura de Goiânia acolherá 50 jovens estudantes refugiados da comunidade Sírio-Libanesa e, em parceria com uma instituição universitária local, buscará viabilizar bolsas de estudo para que eles possam concluir seus estudos, fazendo faculdade.
Esse foi o principal encaminhamento prático resultante de reunião realizada, na terça-feira (15), entre o prefeito Paulo Garcia (PT) e representantes da comunidade Sírio-Libanesa.
“Nos propusemos, com o auxílio da comunidade, em acolher 50 jovens que estão refugiados, passando por uma verdadeira catástrofe humana”, expressou o prefeito.
Segundo ele, a prefeitura encaminhou ofício ao Ministério da Justiça para que a tramitação legal de acolhimento dessas pessoas, com o visto de permanência no País, seja viabilizada pelo Brasil. Na avaliação do prefeito, esse é um esforço cívico.
“Acho que Goiânia vai dar um pequeno exemplo para todo o mundo de que juntos nós podemos solucionar várias das demandas e dos obstáculos que a humanidade vive nesse momento”, relatou.
Durante a guerra já foram destruídas cerca de seis mil escolas na Síria, segundo o consulado da Síria. Daí a importância da iniciativa. “O prefeito pensou nesses jovens, que são o futuro da Síria, futuro de qualquer lugar onde chegam. Por isso ele pensou nesses jovens para terem continuidade de estudo”, disse o Cônsul da Síria, Jamal Elias, que fez questão de expressar seu agradecimento.
A opinião é corroborada pelo jovem Michel Magul, da Sociedade Ortodoxa de Goiânia. Ele ressalta a importância de Goiânia acolher jovens, dando abrigo, orientando-os e, “afetivamente”, dando o apoio que o país deles hoje não pode dar.
“Devemos assumí-los como ‘brasileiros’ para que tenham dignidade humana, uma vez que eles estão padecendo e sofrendo na Síria”, disse.
Para Magul, a iniciativa da prefeitura pode mostrar a eles que “na vida sempre há um novo começo e o novo começo será aqui em Goiânia”.
Sensibilizado, o presidente da Liga Cultura Gibran Kalil Gibran, Sassine Ibrahim Chehoud, também presente, afirmou que esse gesto “simboliza e confirma que o mundo não tem fronteiras, que a humanidade é um só povo e as pátrias, um só mundo”.
“Nós estamos felizes não somente por socorrer os refugiados, mas por sentirmos que existem homens que podem reverter a situação desse mundo”, concluiu.
Na semana passada, durante reunião organizada pelo Sinduscon, o prefeito conclamou empresários do ramo da construção civil para, juntos, ajudarem a pensar em como acolher refugiados da comunidade sírio-libanesa. A reunião realizada hoje concretizou essa vontade.
Laços históricos – No ofício dirigido ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o prefeito de Goiânia demonstra a sua preocupação com a situação enfrentada pelos países do Oriente Médio e África, gerando uma onda migratória marcada por condições penosas e provocando a morte de milhares de cidadãos que se deslocam, passando pela Turquia para chegar à Grécia.
“É público, ainda, que os Sírios e Libaneses estão muito afetados com referido conflito, que já se alonga por anos e, ao que parece, a comunidade internacional não vislumbra um fim próximo para tal crise”, enfatiza o documento.
Na correspondência o prefeito, “diante da gravidade da situação e considerando os laços históricos da comunidade goianiense com aquele povo”, afirma a disposição da prefeitura de Goiânia de, juntamente com setores da sociedade civil, Embaixadas, Consulados, receber no município 50 jovens em idade escolar, sendo 25 do Líbano e 25 da Síria, que estejam vivendo fora de seus domicílios, na condição de refugiados.
Garcia pede ao ministério a adoção de providências diplomáticas e protocolares par que esse intento seja alcançado, tendo em vista a necessidade de medidas para o transporte, sem ônus e de maneira legal, com a documentação devida àqueles que detenham condição de refugiados.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Secomda Prefeitura de Goiânia