Desde que assumiram os seus cargos no ano passado, já sob a ameaça da pandemia do novo coronavírus, prefeitos e prefeitas petistas de grandes e médios municípios brasileiros têm tomado iniciativas positivas para combater a doença e atenuar os seus efeitos devastadores sobre a população, principalmente nas camadas mais pobres.
Com o recrudescimento da Covid-19, que já caminha rapidamente para a trágica casa dos 400 mil mortos no Brasil, os gestores e gestoras municipais enfrentam uma crise sanitária sem precedentes, com o colapso do sistema de saúde e vacinação insuficiente para proteger a população. Tudo isso caminhando junto com uma crise econômica e social que já jogou no desemprego mais de 14 milhões de pessoas e levou o país de volta ao mapa da fome.
Um levantamento feito pela Secretaria Nacional de Assuntos Institucionais do PT (Snai) relacionou algumas das principais ações no combate à pandemia que vem sendo feitas por administrações petistas em diferentes regiões do país.
Comitês contra Covid e a fome
Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, governada por Margarida Salomão, primeira mulher a ocupar o cargo na história do município, a criação do Comitê de Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 foi uma das primeiras ações de governo da prefeita. O Comitê tem a função de acompanhar a evolução do quadro epidemiológico do novo coronavírus, além de adotar e fixar medidas de saúde pública necessárias para a prevenção e o controle do contágio e o tratamento das pessoas afetadas. Todas as pastas do executivo municipal integram o comitê, além de um representante da Câmara Municipal e também podem ser convidados especialistas e representantes de outros órgãos e entidades públicas ou privadas, como é o caso do Ministério Público.
A Prefeitura de Juiz de Fora também tem agido para combater a crise social e a fome no município. A campanha “Juiz de Fora Solidária” para doação de alimentos, realizada por meio da Mesa da Cidadania, já arrecadou mais de 12 toneladas entre alimentos e materiais de limpeza, desde que foi iniciada no dia 13 de abril. Organizada em parceria com a Mesa Brasil/Sesc Zona da Mata, a mobilização segue até o dia 30 de abril com as arrecadações em pontos de coleta fixos da cidade.
Para fortalecer a campanha de vacinação na cidade, a prefeitura já formalizou a sua participação no consórcio da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). A ação objetiva a compra de vacinas, além de insumos e materiais referentes ao enfrentamento da pandemia da Covid-19.
Também em Contagem (MG), importante centro industrial da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a prefeitura Marília Campos, que já governou a cidade em outros dois mandatos, a exemplo de Juiz de Fora, também criou o Comitê de Enfrentamento à Pandemia da Covid-19 e as campanhas “Vacina Solidária” e “Contagem Solidária”, que organiza ações de coleta de alimentos não perecíveis nos postos de vacinação e de cestas básicas junto a empresários da ramo alimentício.
Em Diadema, na região do ABCD paulista, berço histórico do partido, foi criada a campanha “Sua vida Importa pra mim e sua fome me incomoda”, uma iniciativa do Comitê de Combate à Fome da Prefeitura de Diadema, instituído por decreto e composto pelo Fundo Social de Solidariedade e pelas Secretarias de Assistência Social, Segurança Alimentar, Habitação, Educação, Governo, Planejamento, Desenvolvimento Econômico, Cultura e Comunicação. A campanha tem como objetivo convocar a população de Diadema para ajudar com doações (recursos financeiros e de alimentos), que vão proporcionar atendimentos às famílias que se encontram em situação de fome.
No município baiano de Lauro de Freitas, que tem à frente a prefeita Moema Gramacho, o Banco de Alimentos de Lauro de Freitas, que atua na promoção da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), iniciou no dia 19 de abril uma campanha com a finalidade de fortalecer a doação de alimentos. A iniciativa visa arrecadar mais itens alimentícios para beneficiar entidades socioassistenciais e pessoas em situação de vulnerabilidade social vinculadas ao Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) e Centro de Referência de Assistência Social (CREAS). Essa arrecadação já é realizada diariamente e, por mês, o equipamento ajuda a saciar a fome de mais de 1.500 famílias.
Já no sul do país, São Leopoldo vem se destacando por uma série de medidas tomadas pela gestão do prefeito Ari Vanazzi para combater a doença e os problemas sociais provocados por ela. A criação do Comitê Municipal de Atenção ao Covid, com a participação de membros do governo e da sociedade civil, faz parte da construção de diálogo em busca de solução e da construção coletiva do enfrentamento da pandemia na cidade.
A Prefeitura de São Leopoldo criou a Rede de Ação Solidária, envolvendo 90 entidades sociais e organizações, contando com o apoio inicial de redes de supermercados e doações aleatórias e um grande investimento de recursos públicos, entregou a essas entidades outros 50 mil kits de alimentação com itens essenciais da cesta básica.
Ações de combate e prevenção à doença
Araraquara, governada por Edinho Silva, que ganhou a mídia nacional e internacional pela implementação de um lockdown bastante eficiente que reduziu o número de casos e óbitos, continua a atuar objetivamente para combater a pandemia.
A criação de centro de referência de Coronavírus, a partir da transformação de uma das UPAs da cidade, com equipes especializadas para que as pessoas com sintomas de Covid-19 se dirijam para lá; parceria com a faculdade de farmácia da Unesp, laboratório referência para o estado todo, passando a fazer exames em todos os sintomáticos e a criação de inquéritos epidemiológico em que é feito o mapeamento por onde a doença passou pela cidade, com testes em pessoas de grupo de riscos por comorbidades, bairros carentes e profissionais mais expostos à contaminação são algumas das medidas tomadas pela administração.
Além disso, a prefeitura construiu um Hospital de Campanha com 51 leitos (30 leitos de enfermaria e 21 leitos de UTI) em apenas 5 semanas. E como atenção à situação de risco social vivido pela população mais vulnerável foi criado um comitê de solidariedade para ampliar programas de segurança alimentar, o que fortaleceu o ambiente de solidariedade na cidade.
Na linha de frente do combate à doença em Diadema (SP), a administração do petista José de Fillipi implantou 20 novos leitos de UTI Covid-19 no Hospital Municipal, 18 novos leitos de enfermaria no Quarteirão da Saúde, 12 leitos de suporte ventilatório, sendo 5 no PS Central e 7 no HM, além de aumentar a aplicação de testes rápidos no município.
Em Maricá, no Rio de Janeiro, já no quarto mandato consecutivo do PT, entre várias medidas e obras, a administração de Fabiano Horta inaugurou o Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara, com mais de 10 mil metros quadrados e 118 leitos, sendo 54 de Unidades semi-intensivas e 60 de UTI, com alguns dos mais modernos equipamentos de referência no país. Também foram criados Polos de Atendimento Descentralizados, essenciais no fluxo de atendimento dos pacientes sintomáticos de Covid-19, evitando a exposição dos pacientes de outras patologias ao vírus na rede. E foi inaugurado um Laboratório de Análises Clínicas para testes de Covid, com capacidade para realizar até 300 testes de detecção da Covid-19, por dia, com resultados em até 72h, formando uma ampla base de dados sobre o avanço do Coronavírus e permitindo tratamento imediato.
Também na cidade paulista de Mauá várias medidas para conter a crise sanitária foram tomadas pela administração municipal de Marcelo Oliveira, como a criação de um Comitê de Crise; incentivo e aumento da testagem em várias UBS da cidade para captação de assintomáticos com o seu monitoramento; intensificação das ações da Vigilância Sanitária para evitar aglomerações e impedir festas e eventos e aquisição do exame antígeno para monitorar novos casos na cidade.
Em Serra Talhada, no estado de Pernambuco, a gestão do PT também tem mantido o plano de combate à pandemia através da manutenção do Laboratório de Covid-19, com a realização de testes rápidos por equipe móvel nos bairros. Já foram realizados cerca de 11 mil testes rápidos e mais de três mil exames de Covid-19 entre SWAAB RT-PCR e 211 SWAAB pesquisa de antígeno.
Auxílio financeiro e impulso econômico
Na cidade de Maricá foi implementado o Programa de Amparo ao Trabalhador – PAT para garantir o isolamento social, proteger e ajudar trabalhadores informais, autônomos, profissionais liberais e microempreendedores individuais (MEI). Segundo a prefeitura, foram mais de 21 mil trabalhadores contemplados com R$1.045 mensais, por seis meses. Maricá também criou o Programa de Amparo ao Emprego – PAE que concedeu auxílio às empresas com até 49 empregados e cujas atividades foram interrompidas devido ao isolamento social. O benefício de um salário mínimo (R$1.045) por funcionário, subsidiou o pagamento da folha salarial de 224 empresas, até o fim de 2020, preservando 1,1 mil empregos.
Outra iniciativa da administração da cidade fluminense foi a implantação do Programa Fomenta Maricá que ofereceu linhas de crédito, totalizando R$30 milhões, para empresários do município que tiveram suas atividades prejudicadas pelas medidas de isolamento social. Além disso, 42 mil pessoas, ou seja, 1/4 da cidade recebe 300 reais de Mumbucas (moeda social eletrônica que só gasta no comércio local); 26 mil autônomos ganham 1 salário mínimo em Mumbuca e 246 empresas com até 47 funcionários ganham um salário mínimo para cada funcionário para não demitir. A gestão petista ainda ampliou programas sociais como o Renda Básica da Cidadania e distribuiu 186 mil cestas básicas para alunos da rede pública municipal e estadual, entre várias outras iniciativas para proteger a população mais vulnerável.
Em Lauro de Freitas (BA), em outra iniciativa da prefeitura, as mulheres microempreendedoras terão auxílio financeiro para minimizar os impactos causados no setor pela pandemia da Covid-19, por meio do programa Crediamigo Delas, a nova linha de crédito do Banco do Nordeste (BNB). O município conta com mais de 5.600 microempreendedoras individuais, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). E a prefeitura também criou uma parceira com o Desenbahia para disponibilizar linha de crédito para microempreendedores e trabalhadores autônomos da cidade.
A gaúcha São Leopoldo também dá mostra de resistência aos efeitos maléficos da pandemia está também nos seus indicadores econômicos. Dados da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul apontam a cidade com o maior crescimento agregado do ICMS para o período, ficando em 6ª no total geral, e o levantamento do CAGED mostra a cidade gaúcha com o maior recorde de geração de empregos com carteira assinada, sendo que a construção civil, a indústria e o próprio comércio lideram as cadeias produtivas com maiores resultados.
Da Redação, com informações da Snai/PT