A presidenta Dilma Rousseff foi chamada de presidenta ídolo e super-heroína pela jornalista da emissora de TV Russia Today, María Rodríguez Abalde, durante entrevista exclusiva realizada na quinta-feira (9), durante a participação da presidenta na VII Cúpula dos Brics, em Ufa, na Rússia.
No encontro, Dilma falou sobre as decisões estratégicas para o bloco tomadas durante a cúpula, sobre as economias brasileiras e mundial, sobre as sanções impostas à Rússia e sobre as ameaças de golpe da oposição.
A presidenta lembrou que as gestões petistas tiraram 50 milhões de brasileiros da pobreza para a classe média e que o país possui hoje US$ 378 bilhões em reservas. “Somos um país sólido, do ponto de vista macroeconômico. Nós não temos bolha, nosso sistema bancário é absolutamente robusto. Não há razões para que o Brasil não volte a crescer”, defendeu.
Dilma avaliou que o pior momento da crise passou. “Estamos, há seis anos, impedindo que a crise afete o emprego e a renda do povo brasileiro”, ressaltou.
Questionada sobre a possibilidade de um golpe da direita orquestrado com apoio dos Estados Unidos, Dilma foi categórica. “Acho essa teoria conspiratória. Não é preciso nenhum país para que alguns segmentos de alguns países sejam golpistas. Eles são golpistas por si mesmos”.
A presidenta classificou a cúpula como um marco nas relações entre os países (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Conseguimos concretizar a formação do Banco dos Brics, nomear toda a sua estrutura de governança, inclusive já indicamos o presidente e os vices”.
O banco fomentará investimentos nos países do bloco e, posteriormente, pode vir a beneficiar outras nações em desenvolvimento. Ela citou também o Acordo Contingente de Reservas, que dará suporte aos países em eventuais crises financeiras, assinado por representantes dos bancos centrais das nações.
Entre os projetos em estudo de viabilização pelo banco está a construção da Ferrovia Bioceânica, que liga o Atlântico ao Pacífico, começando no Brasil e seguindo até o Peru. “Esse seria um dos grandes projetos que pretendemos que seja viabilizado. A Ferrovia beneficia tanto a China quanto o Brasil e, obviamente, o Peru”.
Dilma se posicionou contra as sanções impostas à Rússia por causa do conflito com a Ucrânia. “Nós não acreditamos que a sanção seja uma solução, em qualquer hipótese. Pelo contrário, a sanção geralmente, ao invés de punir só os governos, pune a população, e isso é inconcebível”, destacou.
Sobre a possibilidade de outros países ingressarem no bloco, a presidenta declarou que todos são a favor da ampliação, mas que a questão não foi discutida a fundo.
A presidenta relacionou sua queda de popularidade aos efeitos da atual situação econômica e afirmou ter certeza de que a situação vai melhorar. “O que importa é, sem sombra de dúvida, que nós estamos trabalhando duro para tirar o Brasil dessa situação de crise. É isso que vamos ter como foco principal”, explicou.
Acesse a entrevista na íntegra.
Da Redação da Agência PT de Notícias