O presidente de El Salvador, Salvador Sánchez Cerén, anunciou neste sábado (14) que não reconhecerá Michel Temer como presidente do Brasil e chamou a embaixadora salvadorenha, Diana Vanegas, de volta ao país.
Sánchez Cerén disse que seu governo “respeita a democracia e a vontade popular”, que a ampla movimentação do governo interino significa que já condenaram antecipadamente a presidenta eleita, Dilma Rousseff, e que se trata de “uma manipulação política”.
Ele comparou o julgamento de Dilma com os golpes de Estados perpetrados por militares, que foram lugar comum nos países latinoamericanos nas últimas décadas do Século XX, mas com a diferença que este se deu via Parlamento.
Na quinta-feira (12) o partido governista de El Salvador, o FMLN, manifestou o “apoio incondicional” ao PT, a seus dirigentes e militância, “em particular ao companheiro Luiz Inácio Lula da Silva”. Para o partido, o afastamento de Dilma “é um golpe de Estado parlamentar perpetrado contra a legítima presidente do Brasil” e expressou seu “total respaldo e solidariedade a quem o povo brasileiro elegeu através de 54 milhões de votos”. E fez um apelo “aos povos e governos democráticos do mundo para rejeitar esta manobra, que faz retroceder o irmão e valente povo do Brasil aos obscuros anos em que os direitos humanos, sociais, econômicos e políticos dos brasileiros eram pisoteados com impunidade pelas elites conservadoras e o grande capital”
A percepção internacional do golpe contra Dilma é amplamente negativa para o Brasil, com outros presidentes e lideranças mundiais se manifestando publicamente pelo não reconhecimento do governo Temer.
Além disso, o tratamento do golpe na imprensa internacional foi de surpresa e críticas, com preocupação com os riscos à democracia.
Da Redação da Agência PT de Notícias