Livre é a palavra que melhor define o trabalho produzido pela companhia de teatro comandada por José Celso Martinez Corrêa. Livre também é o próprio Oficina, cujo endereço no tradicional bairro do Bixiga em São Paulo tem se habituado a sediar atos de resistência ao longo das últimas seis décadas.
Livre, mais do que tudo, são as ideias de Luiz Inácio Lula da Silva que, mesmo longe das ruas, foi o protagonista do esquenta realizado no local na noite desta terça-feira (28), espécie de prévia para o aguardado Festival Lula Livre – marcado para o próximo domingo (2 de junho) também na capital paulista.
Pelo entusiasmo que se viu às vésperas do evento, a luta pela liberdade do ex-presidente terá o apoio irrestrito não só de lideranças políticas como Fernando Haddad, mas também de grande parte da classe artística e intelectual do país. Mas por que associar o nome de Lula às pautas imediatas do país como a defesa pela educação pública, contra os ataques à cultura e pelo fim dos retrocessos em voga? A resposta quem oferece é o próprio Haddad.
“Para mim, o Brasil está vivendo uma metáfora do que está acontecendo com Lula porque ele está preso ao mesmo tempo em que tantas portas estão sendo fechadas na cultura, da educação, na ciência…No fim vai sobrar o quê deste período? Mas daí a juventude deste país sai às ruas pedindo o futuro de volta. A demonstração de força dada no último dia 15 é a prova de que Lula Livre é uma possibilidade tanto quanto o Brasil Livre”, declarou o ex-ministro – sua fala fez Zé Celso levantar-se de onde estava para dizê-lo: “é isso, é exatamente isso”.
Marianna Dias, presidenta da UNE, concorda e lembra da importância em não baixar a guarda nas lutas que virão – na quinta (30), um novo “tsunami da educação” está agendado para acontecer em diversas cidades do país. “A educação é a arma mais poderosa contra um governo como o de Bolsonaro. A educação liberta, a universidade é um espaço de liberdade, de questionamento, e é isso que desperta ódio neles”.
Antes, ator e amigo de Lula Sérgio Mamberti também já havia dado mostras de que a arte e a cultura estarão sempre a serviço da liberdade – de Lula e do país – ao ler o manifesto divulgado um mês antes e assinado por ele, Beth Carvalho, Leonardo Boff, Chico Buarque e outros grandes ícones do país, além de lideranças políticas e representantes de movimentos sociais.
“O que a prisão de Lula tem a ver com você? Olhe em volta. Sabe esse nó na garganta que você sente com o bombardeio diário de problemas, esse sentimento de andar em marcha à ré enquanto crescem ao seu redor os sem emprego, os sem teto, os sem comida? (…) O nosso grito por Lula Livre é um imenso coro em defesa da verdade! Vamos, de mãos dadas, construir este imenso cordão por justiça para Lula e para o povo brasileiro!’, diz o texto.
Depois do Rio, é Sampa que vai parar por Lula
Após reunir milhares de pessoas no Rio de Janeiro ano passado agora chega a vez de São Paulo receber o Festival Lula Livre. Com a presença de vários artistas renomados, mais a segunda edição do evento acontece no dia 02 de junho, na Praça da República, sob a proposta de promover ato artístico com muita música em defesa da liberdade do ex-presidente Lula, preso injustamente há mais de um ano.
Alguns nomes já estão confirmados como Arnaldo Antunes, Chico César, Otto, Felipe Catto, Francisco El Hombre, Mombojó, Slam das Mina, Aláfia, Fernanda Takai, Dead Fish e Márcia Castro.
Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias