O agravamento da pandemia de Covid-19, o fim do pagamento do auxílio emergencial e a falta de agilidade do governo na campanha de imunização da população que afeta a recuperação econômica provocaram uma revisão pelos economistas da previsão do Produto Interno Bruto (PIB).
De acordo com a projeção feita pelo Ibre – Instituto Brasileiro de Economia/FGV, a economia brasileira vai registrar um recuo de 0,5% no primeiro trimestre de 2021. Analistas preveem uma redução de 4% a 4,5% para 2% a 3% na expansão da atividade econômica no país.
A baixa atividade econômica, somada à falência de micro e pequenas empresas, além do desemprego em massa que já atingiu um índice recorde de 14 milhões de pessoas são dados que anunciam que o primeiro semestre deste ano já está comprometido.
Economistas de várias correntes concordam que pelo andar da carruagem – com o atraso na vacinação da população que irá afetar negativamente o ritmo da recuperação da economia – o ano de 2021 será bem pior do que 2020. O cenário é considerado altamente negativo para investimentos.
Dados de consultorias apontam uma provável queda da atividade econômica em janeiro por causa da retirada do auxílio emergencial, o que fará com que a renda das famílias caia 17% neste primeiro trimestre ante o pico que foi registrado no terceiro trimestre do ano passado.
No final de semana, o jornal Folha de S. Paulo divulgou informação que reafirma a urgência em retomar o auxílio emergencial. Segundo o jornal, entre as 500 cidades com melhor desempenho no mercado formal de trabalho de março a novembro, 357 têm mais beneficiários do programa do que a média nacional, informou a Folha de S. Paulo no final de semana.
Apesar desse quadro, alguns porta-vozes do setor financeiro já se manifestaram em defesa da manutenção do “teto de gastos”, argumento do ministro Paulo Guedes para não conceder o auxílio emergencial. Aprovado em 2019, o teto impede investimento público, inclusive na saúde, por um lado, e deixa livre a arrecadação destinada aos compromisso financeiros do governo.
A situação social insustentável impõe ao país o retorno do pagamento do auxílio emergencial. Com isso também haveria um aumento considerável da atividade econômica no país.
Movimento pela retomada do auxílio
As frentes populares, juntamente com os partido de oposição, centrais sindicais e movimentos sociais organizados reforçam a necessidade urgente do retorno do pagamento do auxílio emergencial para socorrer as camadas sociais mais vulneráveis neste momento de crise econômica e da crise sanitária provocada pela pandemia de Covid-19.
O último final de semana foi marcado por carreatas de protesto nas capitais e cidades de todas as regiões do país para pedir a vacinação para toda a população, o pagamento do Auxílio Emergencial e o “Fora, Bolsonaro!” diante de toda a incompetência e irresponsabilidade do governo federal para lidar com a crise que ameaça provocar uma tragédia social sem precedentes na história do Brasil.
O auxílio emergencial de R$ 600,00 só foi possível graças à aprovação pelo Congresso Nacional, após enorme pressão dos partidos de oposição, tendo à frente as bancadas do PT, que garantiram o pagamento do recurso. Se dependesse do presidente Jair Bolsonaro, não haveria o pagamento de nenhuma ajuda aos mais pobres, que são mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus.
Na abertura do Congresso, em fevereiro, a defesa do auxílio emergencial é uma das principais pautas das bancadas do PT na Câmara e no Senado. No ano passado, a bancada do PT na Câmara apresentou projeto de lei que tornava permanente o auxílio emergencial para atenuar os efeitos econômicos e sociais da pandemia.
O PT já previa que a longa duração da doença traria consequências graves com relação à baixa da atividade econômica e o desemprego em massa da população, o que já foi constatado ao longos dos últimos mesmo, e que a fome e a miséria não iriam esperar pela retomada da economia.
Da Redação