Há 19 dias a cidade de Curitiba entrava na mira dos holofotes mundiais ao receber o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na condição de preso político, Lula se apresentou à Polícia Federal para cumprir a pena de um dos processos mais controversos da História do Brasil. Hoje, a população local se vê envolvida pela trama que aprisionou o presidente mais popular do país.
Dos arredores da Superintendência da Polícia Federal, onde a resistência está concentrada, ao Centro da cidade são cerca de 10 quilômetros. Nesta quarta-feira (25), um grupo formado por acampados da Vigília Lula Livre resolveu seguir para o coração da cidade, na esquina entre as ruas XV de Novembro e Monsenhor Celso, para dialogar com a população local e debater as arbitrariedades do processo que levou Lula ao cárcere.
E se a expectativa natural era a da hostilidade, os moradores daquela que ficou conhecida como “República de Curitiba” mais uma vez surpreenderam. Paravam curiosos para ler o material preparado pela campanha Lula Livre e entender o que leva a comoção gerada entorno da prisão de Lula.
“Eu nunca votei no Lula mas não gostei de ver ele sendo preso. Tem tanta gente fazendo coisa errada e nada acontece”, afirmou a vendedora Jheniffer Godoy. “Eu sinceramente não queria que o Lula ficasse preso”.
De passagem pelo calçadão, o estudante de Direito da UFPR (Universidade Federal do Paraná), Leonardo Pellegrini, parou espontaneamente para conversar com o grupo e se colocar contra o processo que condenou Lula no caso do Triplex. “O Lula é ícone. Ele fez história. Processualmente esse caso é absurdo. Dá vergonha”, desabafou.
A caminho da igreja, Luzeni Batista parou para ler o material de defesa a Lula e mostrar sua indignação sobre a situação atual do Brasil pós golpe. “Quem tinha que tá preso era o Temer”, disparou.
Acompanhada de sua neta, Luma, a avó resumiu a ideia que levou Lula ao cárcere. “Não se joga pedra em árvore que não dá fruto. E é por isso que ele está sendo apedrejado”.
Campanha Lula Livre
Além da resistência central na Superintendência da PF e outros acampamentos pelo Brasil, ações de rua como panfletagem devem se espalhar pelo País. A intenção é de manter o diálogo com a população nas ruas e reforçar a campanha pela libertação de Lula.
Por lula.com.br