O caso do ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, que também é amigo de longa data de Jair Bolsonaro, pode estar ameaçado mesmo após investigação ser mantida pelo STF. O novo promotor a assumir o caso no Ministério Público do Rio de Janeiro, Cláudio Calo, é um apoiador ferrenho do clã Bolsonaro e endossa as publicação da família com frequência nas redes sociais.
Em dezembro, ele chegou a publicar que “relatório do Coaf demonstra movimentações financeiras não necessariamente criminosas, mas anômalas, que podem configurar crime ou não”, mostrando que já teria uma pré-disposição a inocentar Queiroz. No mesmo mês, ele compartilhou uma publicação do próprio Flávio Bolsonaro, na qual dizia que daria uma entrevista.
No final de janeiro, Calo também compartilhou um tuíte de Carlos Bolsonaro exaltando a economia do governo Bolsonaro com hospedagem em Davos, e comparando os gastos à viagem de Dilma Rousseff.
O promotor também se mostrou admirador de Sérgio Moro, atual ministro da Justiça, tecendo elogios ao pacote de leis supostamente “anticrime” apresentado na segunda. “Tem que aumentar as penas minimas dos crimes contra Administração Publica, licitatórios. Aumentar prazos prescricionais. Pacote de Moro quer conceituar organizações criminosas e alterar 14 leis”.
Entenda o caso Queiroz
A investigação envolvendo o ex-assessor de Flávio Bolsonaro teve início quando o (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) Coaf identificou R$ 1,2 milhão movimentados por Queiroz, inclusive com cheques para Michelle Bolsonaro, esposa de Jair.
A investigação do Coaf seguiu e foi descoberto que Flávio Bolsonaro recebeu R$ 96 mil em apenas um mês. O que chamou a atenção foi a forma organizada dos depósitos, todos eles de R$ 2 mil e praticamente sincronizados. Para se ter ideia em apenas seis minutos ele recebeu R$ 30 mil.
No final de janeiro, o jornalista Lauro Jardim informou que as movimentações de Queiroz em três anos chegaram a R$ 7 milhões.
Para complementar a história, Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-capitão Adriano Magalhães da Nóbrega – que é procurado na investigação sobre o assassinato de Marielle – aparece em relatório do Coaf como uma das remetentes de depósitos para Fabrício Queiroz. Funcionária da Assembleia legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) desde 2015, ela foi lotada no gabinete de Flávio junto com a esposa do ex-PM foragido.
Da Redação da Agência PT de notícias