Para marcar o 13 de maio como o Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo, a Coalizão Negra Por Direitos divulgou manifesto e realizou manifestações em todo o país para exigir justiça para as vítimas do massacre na Favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, e de todas as operações policiais que resultaram nas mortes nas favelas e comunidades do Brasil.
Do norte ao sul, em todas as regiões do Brasil, foram registradas manifestações pacíficas para destacar a luta e a resistência do povo negro do Brasil.
A data marca os 133 anos de abolição da escravatura e foi lembrada também no exterior. Organizações dos Estados Unidos e da Inglaterra também aderiram à mobilização e fizeram manifestações em Nova York, Austin (Texas) e Londres. Além disso, houve mobilização no Twitter por perfis relacionados ao tema da igualdade racial, como o International Institute on Race, Equality, and Human Rights.
Com o tema “Nem bala, nem fome, nem Covid. O povo negro quer viver”, os atos reivindicaram o retorno do Auxílio Emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, o direito da população negra à vacina contra a Covid-19 pelo SUS e o Fora Bolsonaro foram as principais bandeiras do movimento nas manifestações que tomaram as ruas de várias capitais e cidades brasileiras.
No Rio de Janeiro, os negros e negras da Juventude do PT marcaram forte presença na grande manifestação com milhares de pessoas que tomou conta das ruas da capital para protestar contra o extermínio da população negra e pobre, como ocorreu na chacina em Jacarezinho.
A Frente Nacional Antirracista (FNA) organizou uma ação de distribuição de 2 mil cestas básicas para famílias na Favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. Segundo a Central Única das Favelas (Cufa), que integra a FNA, nove mil pessoas no Jacarezinho foram beneficiadas pela doação. Em várias outras cidades do Rio também foram realizados atos de protesto, campanhas e mobilizações nas ruas.
No Rio e em outras capitais, como Belo Horizonte, os manifestantes também ofereceram camélias, flor que simboliza a resistência abolicionista brasileira.
Em São Paulo, cerca de 15 mil pessoas participam da manifestação, segundo a Coalizão Negra Por Direitos. Os manifestantes ocuparam a avenida Paulita, seguiram até a Consolação e desceram até a Praça Roosevelt, na região central da capital paulista. “Bolsonaro, eu não me engano, o seu governo é miliciano” e “Chega de chacina! Educação, auxílio e vacina” foram algumas das palavras de ordem dos manifestantes durante o ato.
Além das manifestações de rua, também a Secretaria Estadual de Combate ao Racismo do PT de Minas Gerais promoveu um ato virtual contra a violência de raça e gênero, que contou com participação de Rosana Rufino, diretora executiva do instituto da advocacia negra brasileira, Nilma Lino, coordenadora do núcleo de acompanhamento das políticas públicas da igualdade racial, Ideli Salvati, secretária nacional de relações institucionais do PT, a deputada estadual Leninha e vereadoras do estado como Dandara Tonantzi, Uberlândia- MG, Moraia Saboia, Contagem- MG, Macaé Evaristo, Belo Horizonte- MG, entre demais convidadas e convidados.
Na live foi debatido o enfrentamento a ofensas racistas contra parlamentares e políticas de combate ao racismo no estado. Uma rede de juristas de proteção aos mandatos de vereadoras negras foi oficializada a partir do ato virtual, que também se transformou em um espaço de protesto contra a chacina da favela Jacarezinho, no RJ, e demais violências contra o povo negro.
Da Redação