Nem mesmo o PSDB acredita mais na candidatura de Aécio Neves. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, principal articulador da campanha do tucano à presidência, adiantou que o partido faria parte da base aliada do PSB, em um eventual governo de Marina Silva.
Aécio está desacreditado e esquecido. Em evento realizado nesta segunda-feira (15), em São Paulo, para artistas e intelectuais declarassem apoio às candidaturas do PSDB, o nome do tucano sequer foi citado. “Queremos declarar apoio a José Serra para senador e ao governador Geraldo Alckmin como nosso candidato ao governo de São Paulo”, trazia o manifesto.
No início do mês, o coordenador da campanha de Aécio, senador Agripino Maia (DEM), disse que espera que o tucano apoie Marina caso haja segundo turno. A declaração soou como início da derrocada. “O PSB tem afinidades muito antigas conosco, desde o tempo do Eduardo Campos. Tanto pode dar Aécio apoiando a Marina quanto o contrário”, afirmou.
Na busca pela sobrevivência do partido, até mesmo Aécio teria dito nos bastidores que o PSDB poderia “ceder” quadros para compor o possível governo. Nomes como do ex-governador José Serra estariam sendo cotados para integrar a equipe de Marina.
Proximidade – Cada vez mais a candidata dá indícios de que estudou a cartilha deixada por FHC. Entre os vários pontos em comum, a política econômica é que mais chama a atenção. Marina defende o tripé macroeconômico do neoliberalismo empregado pelo ex-presidente tucano.
Isso mostra como a convergência dos projetos de governo de Aécio e Marina facilitaria a aproximação dos partidos. O ex-ministro do Desenvolvimento e das Comunicações de FHC, Luiz Carlos Mendonça, disse nesta segunda que acredita que um possível acordo dará à candidata socialista contornos de Itamar Franco, que governou com os tucanos no Congresso e na gestão econômica.
Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias